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A saga do frango assado (caipira!!!!!!)

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Sábado comprei um “contrabando” dos Deuses lá na feira da Água Branca!! Tudo de bom!!

Como as galinhas orgânicas, caipiras e felizes resolveram fazer greve na quaresma (parece que é comum, eu não sabia), a minha querida amiga e fornecedora dos mais deliciosos ovos se rebelou e resolveu mandar algumas das bichinhas para o fogão – e olha a minha sorte, uma delas veio parar aqui em casa!!!

Mas galinha caipira que é caipira de verdade, tem uma carne muito dura, muuuuuuito dura mesmo, pior do que muita carne vermelha que eu já comi por aí­… Incrível porque eu acho que desde o surgimento da Sadia, Perdigão e outras “fábricas de frango” por aí, a gente acabou aprendendo que carne de frango é clarinha, molinha, macia, fácil de cozinhar, uma perfeiçã em qualquer cozinha.


Que grande engano!!!!

Carne de galinha de verdade precisa marinar pelo menos umas 24 horas e merece ser assada por outras tantas horas, no fogo não muito alto, para ficar bem saborosa e pecaminosamente macia.

Lá fui eu!!

Cheguei da feira, guardei a bagunça toda na geladeira, lavei o que tinha que ser lavado e fui cuidar da minha galinha – sob olhar atento do meu gatinho Igor, o mais carnívoro deles; não pode ver ou sentir o cheiro de carne fresca que vem correndo pedir seu pedacinho (dessa vez ficou sem, eu estava empolgada demais para prestar atenção no coitadinho).

Ai, deu uma aflição!! O bichinho veio com tudo lá na barriga, tinha até pulmão!!! Mas foi tudo para a marinada, e depois para o forno. Dizem que é saudável pra caramba comer essas carnes de órgãos, a gente é que não tem o hábito. Antigamente inclusive, as carnes de órgãos eram as carnes da nobreza, da realeza. Principalmente carnes de órgãos sexuais… (dispenso…)

Na marinada coloquei:

  • suco de 5 limões
  • 3 tomates picadinhos
  • 5 dentes de alho descascados (nem me dei o trabalho de picar…)
  • tomilho seco de montão (umas 4 colheres de sopa)
  • 500 mL de cerveja (usei da belga, coisa boa!)- mas podia ser vinho branco também, seco por favor!
  • sal não refinado e pimenta do reino moí­da na hora

Lá foi a galinha para a geladeira se embebedar até o dia seguinte. Cedinho meu filho me acordou e fomos os dois para a cozinha começar o procedimento “frango assado”.

Gente, eu nunca assei galinha na vida e minha maior loucura foi não ter consultado nenhum livro nessa minha primeira aventura… Tudo o que eu sabia era que teria que cozinhá-la muuuuuuito, senão era carne dura na certa!!

Embrulhei a bichinha em papel alumí­nio, enquanto isso o forno já estava sendo pré-aquecido a cerca de 180 graus. Ficou um pacotão, só com a galinha. Marinada voltou para a geladeira.

Esqueci a galinha lá dentro do forno por cerca de 4 horas. Bem embrulhadinha, fogo não muito forte e um perfuminho delicioso começou a invadir a minha casa.

Saí­ para um passeio, voltei, um bom banho, outro passeio, e a galinha lá, firme e forte! no forno! Na volta, após cerca de 4 horas, desembrulhei a galinha já bem assada e deixei ficar corada por fora. O bronzeado a deixou mais bonitinha, já que na minha total falta de experiência no ramo, eu não amarrei os pés, não enfeitei com nada e nem recheio coloquei (será que eu pensava que ela vem assim “bonitona” de fábrica??)!!

Deixei ela pegar uma corzinha por quase duas horas, quando então comecei a regar com a marinada que estava calmamente a esperar na geladeira. Gente, o cheiro que tomou conta da minha casa é algo indescritível!!!

A galinha ficou boa demais, mas tão feiosa que eu nem tive coragem de fotografar… Essa foto aí do começo peguei por aí­, dos meus arquivos, só para ficar mais bonitinho aqui no site.

Para acompanhar a iguaria orgânica tivemos vagens orgânicas na manteiga, batatas orgânicas assadas na gordura de ganso com sal grosso, pimenta e alecrim fresco e farofa com farinha de mandioca bem fininha de Itajaí­ (tudo de bom, não compro outra!).

Meu filho se deliciou com a sobrecoxa e eu com o peito – não adianta, fui “adestrada” a vida toda para comer peito e ainda não consegui me aventurar com mais nada…

Com as sobras da galinha – carcaça e restos de carne e marinada – foi feito um saborosíssimo caldo de galinha, para fazer risotos, sopas em geral e especialmente a velha e boa “canja cura tudo”.

Joguei tudo numa panela bem grande, juntei um montão de cenouras, salsinha, água até a boca e deixei cozinhar a noite toda, num fogo hiiiiiiper baixinho. Era o que tinha em casa, mas nesse caldo também vai muito bem alguns talos de salsão, alho poró e outras ervas – menos o manjericão e hortelã, que eu descobri na prática que deixa um gosto bem amargo quando cozido por tanto tempo.

O alecrim dessa linda foto também teria ficado muito bom. O que foi usado para assar as batatas, depois foi mandado para o panelão do caldo.

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

17 comentários

  1. Hummmm… Deu água na boca esse frango. Bem temperadinho, bem assadinho e feito com muito amor.

  2. hm, eu quero é essa farinha de mandioca especial… quem me dera ter acesso a todos esses ingredientes maravilhosos!

    beijos e parabéns pela galinha!

  3. Pat,
    Gosto muito de alguns esclarecimentos seus verdadeiros, sobre alguns alimentos. Mas não gosto de seu radicalismo sobre alimentos e produtos organicos.
    Quanto a saga da galinha, é uma boa historia para contar entre amigas, e não para formar opiniões gastronomicas.
    – O limão não deve ser usado no ínicio do cozimento (ele dá um sabor amargo ao prato)
    РṆo ̩ um sabor que combina com carne de frango)
    – Vc. mistura muitas ervas aromaticas ( tomilho, salvia, alecrin, manjericão, alho poró, e etc… etc.. etc..)Procure o sabor que vc. quer sentir no prato e adicione aos condimentos básicos.
    -Quando for assar por longo tempo uma carne dura, envolva com papel aluminio (gasta a metade do tempo) e depois doure sem o papel.
    Um abraço.

  4. Oi Pat, conforme combinado vou transcrever minha dúvida..

    Desde que eu li “A saga do frango assado” fiquei com água na boca, e ontem comprei um frango caipira e estou querendo fazer assado (minha mãe que que
    eu faça o almoço na sexta, ai meu Deus!!!!) A minha dúvida é em relação ao tempo
    que você deixou seu frango assando, foi em torno de 8 horas é isso mesmo? Se puder me dar mais alguma dicas eu agradeço..eheheh que abusada eu.

    Abraços,
    Tati

  5. Tati, antes de falarmos em tempo de forno,é importante lembrarmos do tempo em que ele fica marinando, “se embebedando” no tempero. Eu deixo um dia ou dois, com vinho ou cerveja, sal, pimenta, tomates, cebolas, alho, limão e/ou laranja – esse é o básico, mas quando estou inspirada invento outros temperos!

    Da última vez em que um frango caipira foi para o meu forno, ele passou cerca de 4 horas no forno embrulhado no papel alumínio, e depois pouco mais de uma hora sem o papel para dourar. Depois que ele ficou torradinho (mas não muito), eu ainda deixei mais um tanto – cerca de meia hora – com o caldo da marinada por cima (dá um molho delicioso!!)

    Comemos o frango, nos deliciamos!! O que sobrou, foi para a panela com osso e tudo, mais cenouras, cebolas, salsão, louro, tomilho e muita água filtrada, e lá ficou por quase 24 horas, em fogo beeeeeeeeem baixinho prá virar caldo de frango.

    Tudo de bom!!!

  6. Ah… mais uma coisa… so pra eu ter uma base, quanto mais ou menos de sal vc coloca?

  7. Tati!!!!!

    Agora você me fez a pergunta mais difícil do mundo!!!!

    Eu uso o sal não refinado, cinza e em pedras meio grandes, por isso nas receitas ou eu uso um moedor como aqueles de pimenta (o meu moedor é um da WMF, que vende na Spicy) e não meço nada.

    Na hora de temperar marinadas como essa do frango, eu pego direto as pedras grandes de um vidrão que fica na minha cozinha – vou pegando de punhadinhos, de novo sem medir…

    Mas pensando aqui, deve dar uma colher de sopa rasa…

  8. Fiz o frango….Hummmmmmmmmmmmm que delicia, todos comeram e queriam mais. Da próxima vez vou ter que fazer 2!!! Receita nota 10, muito saboroso!!!

  9. Olá, gostei da receita vou tentar. Faz uma semana que comprei o livro Enxaqueca Só Tem Quem Quer. Antes de comeazr a dieta de desintoxicação resolvi procurar os ingredientes. Sou Técnica em Alimentos, aprendi tudo sobre a industria e como produzir alimentos próprios para serem industrializados, inclusive o frango. Então decidi começar pelos ovos, pensei ovos caipiras devem ser fáceis de achar, é… o que eu não sabia também é que as galinhas caipiras saem de férias na quaresma, rs. vou continuar tentando. Muito obrigada por criar esse site, vocês estão me ensinando o que são Alimentos de verdade.

  10. (…)Para acompanhar a iguaria orgânica tivemos vagens orgânicas na manteiga, batatas orgânicas(…)

    pelo que sei, frango, vagem, batata são orgânicas e não de metal, nao precisa especificar que os alimentos referidos sao organicos.

    1. Eric, atualmente precisamos especificar sim, pelo termo que o comércio resolveu dar: orgânicos são alimentos cultivados sem nenhum tipo de pesticida ou agrotóxico. Os não orgânicos, ou “convencionais” são aqueles lotados de veneno. Não fui eu quem escolhi o termo!

      1. Só que este termo esta errado e dar ênfase a isso é assinar recibo de que deve-se aceitar o que o comércio determina; assim eles podem continuar vendendo os mesmos produtos “contaminados” mas, um é mais caro, para os que querem ser mais inteligentes.

        A nao ser que vc tenha uma horta em casa e que nao use nenhum “suplemento” comprado em comercio.

  11. Oi Pat, serà que dà pra fazer essa receita com o frango em pedaços? não consegui inteiro!so’ não vieram os miudos, aliàs, o produtor que me fornece aqui em Floripa embala os frangos sem prestar muita atenção, e vez ou outra aparecem 3 coxas, 4 asas e por ai’ vai…

  12. Onde devo deixar marinando o frango caipira Nho Bento? Faz mal usar aqueles sacos plásticos?

    1. Bete, eu não gosto dessa coisa de marinar em saco plástico! Em geral uso um recipiente de vidro ou louça e cubro com filme plástico (sem encostar) ou uma tampa.

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