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Crianças na Cozinha também é cultura: A cozinha kosher dos judeus

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Cada parte do mundo, em cada época da história e até em cada estação do ano possui uma culinária muito particular, muito típica. Essa culinária normalmente se aproveita de produtos locais, até porque há poucas décadas atrás o transporte de alimentos não era algo muito simples e nem barato.

A religião também define muitos hábitos alimentares de quase todos os povos. Alguns desses hábitos vêm sendo esquecidos ou deixados de lado ao longo da história, mas uma das culturas que mais mantém seus hábitos originais, uma das cultura qua mais respeita suas tradições e que por isso merece todo o meu respeito, é a cultura judaica.

Comecei a gostar da idéia de falar um pouco sobre comidas típicas e tradicionais e resolvi então começar pela culinária kosher, judaica. Já tenho uma receita polonesa (nada kosher) quase pronta para ser pubicada, um dia desses quero falar também sobre algumas culinárias mais exóticas, como a chinesa, russa ou qualquer outra sugestão que vocês me mandem. A culinária, sem muito esforço, nos ensina muitíssimo sobre geografia e história. Já notaram? Essa nova categoria do site, Cozinhas Típicas, também vai ajudar papais e mamães e acrescentar algo na educação das suas crianças curiosas, que cozinhando vão conhecer novas culturas e novos horizontes.

Espero que vocês gostem!

Pesquisei um pouco a respeito do assunto e decidi dividir com vocês o que achei. Foram muitos sites e uns poucos livros de receitas judaicas que tenho em casa, mas um site em particular me chamou a atenção por ter um conteúdo muito detalhado e escrito de forma didática, o Beit Chabad. Ainda assim, não sou especialista no assunto, portanto peço que se alguém mais entendido que eu observar alguma incorreção nos meus textos, me avise e me corrija, através dos comentários ou me enviando uma mensagem.

O que é cashrut?

Muitas pessoas estão familiarizadas com os termos “casher”, “kosher”, “cashrut”, etc. Outras nem sabem do que se trata, pois jamais ouviram falar. Casher (em hebraico) e kosher (em yidish, dialeto judaico) querem dizer a mesma coisa: um produto apto, apropriado ao consumo, isto é, que preenche todos os requisitos da dieta judaica. Cashrut é o conjunto destas leis outorgadas por D’us ao povo judeu através do recebimento da Torá, no Monte Sinai.

Cashrut pertence à categoria das mitsvot, às quais nenhuma explicação racional é dada na Torá. Ela descreve os tipos de alimentos que a lei da Torá declara adequados à ingestão, assim como a maneira pela qual devem ser preparados.

Nossos sábios ensinam que o lar de cada judeu é como um “pequeno Santuário”, um local de morada da Presença Divina; e a mesa de refeições é comparada ao altar do Templo Sagrado. O maior cuidado deveria ser tomado para que somente o que estivesse de acordo com a lei judaica fosse ofertado sobre o altar do Templo. Da mesma maneira, devemos cuidar para que somente o absolutamente correto seja trazido à nossa mesa – o altar em miniatura.

Mas o que é “cashrut”? De onde surgiu esta “linha de produção” e o que hoje isto significa para nós?

Elevando a matéria

A intenção de D’us através de Seu legado sempre foi a de assumirmos nosso compromisso firmado desde o Monte Sinai: “Nós faremos e (então) compreenderemos.” Nossas ações neste mundo é o que na verdade conta. Apenas através delas somos capazes de atingir e realizar a Sua vontade e cumprirmos nossa missão: revelar através do mundo material as centelhas Divinas existentes, elevando a matéria ao nível espiritual. É exatamente o que ocorre cada vez que ingerimos um alimento.

O alimento ao ser ingerido e processado são absorvidos pelo nosso corpo e passa a fazer parte de nossa corrente sanguínea, afetando diretamente todos os aspectos do nosso ser. D’us através da Torá nos forneceu dicas de como refinar a nossa alma e o nosso corpo através da utilização da matéria e energia.

Cada um dos mandamentos, muitos dos quais envolvem objetos materiais como velas de shabat, tefilin (filactérios), mezuzá (pergaminho sagrado colocado nos umbrais das portas), serve como um canal de conexão entre D’us e o povo judeu. Cada preceito cumprido fortalece este elo. A existência física, demonstrada pelo corpo não é desprezada nem glorificada por seu próprio mérito, mas elevada e refinada à serviço da alma.

Os sinais da Torá

Nenhuma razão é fornecida para explicar, por exemplo, por que um animal que rumina e tem cascos fendidos é casher, enquanto um animal que apresenta apenas um destes sinais não o é. Não há nenhuma lógica aparente para fazer uma distinção entre um tipo de animal, ave ou peixe, e outro. Mas sabemos que eles exercem uma influência em nosso corpo e alma a partir do momento que passa a circular em nossas veias.

O sistema digestivo extrai os nutrientes, enquanto a neshamá, a alma, extrai a centelha Divina que se encontra na natureza. Estas “centelhas” provêm de uma fonte de Divindade mais elevada ainda que a alma do homem. A energia Divina em cada molécula de alimento é o que realmente nos dá vida. O alimento casher possui uma poderosa energia que confere força espiritual, intelectual e emocional.

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Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

3 comentários

  1. Assim como Deus escolheu os israelitas para serem o Seu povo, eu mesmo não sendo judia passei a fazer parte da imensa família cristã através da cruxificação de Cristo.
    O mezuzá sempre me chamou a atenção mas nunca me senti a vontade para perguntar sobre o seu significado – gostei de sabê-lo.
    Há anos ganhei de uma amiga um menorah – não é de ouro mas gosto de comtemplá-lo em momentos de “fornalha”. Sempre quis ter um mezuzá no umbral da minha porta – não como um elemento de decoração mas com o mesmo significado que a Bíblia tem em minha vida, mas não faço a menor idéia de onde possa adquirir um. Você teria como me ajudar?

  2. Pat,

    Excelente idéia falar sôbre comidas típicas e tradicionais de outros países. E quando a união da matéria(alimento)com o divino se faz presente, então temos a receita ideal: harmonia espiritual, material e emocional, como é o caso deste alimento judaico: o alimento CASHER.

    Adorei a comparação de uma mesa de refeição com um altar.

    Estou encantada com este texto: ” A Cozinha Kosher dos Judeus.”

    Grata. Diva Falcão.

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