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Mais uma razão para investir nos orgânicos

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Em geral os resultados de uma alimentação preferêncialmente orgânica não serão notados tão nitidamente à curto prazo – a não ser que você seja como eu, e preste muita atenção ao que está comendo, em como está preparando sua comida.

A médio e longo prazo a alimentação orgânica deixa seu organismo muito mais bem nutrido – já existem alguns estudos mostrando que alimentos orgânicos são significativamente mais nutritivos. A longo e médio prazo suas chances de desenvolver algum tipo de câncer diminuem muito se você se alimenta o máximo possível com alimentos orgânicos.

Dificilmente a gente vê ou sabe de casos de alguém que come algo não orgânico e cai doente ou morto na mesma hora, mas infelizmente isso pode ocorrer, ocorre, e segundo um artigo da Agência Estado, este drama vem acontecendo cada vez mais.

Transcrevo a seguir a matéria para vocês, muito informativa e principalmente um alerta àqueles que ainda têm alguma dúvida na hora de optar pelos orgânicos. Eu volto pelos orgânicos sempre que possível porque voto na minha saúde e na saúde da minha família. O que uma pessoa doente gasta com remédios ou deixa de ganhar ocm dias de traalho perdidos (isso só para falar em perdas materiais) é muito mais do que o “a mais” que se gasta optando por alimentos orgânicos.

A matéria, para vocês, da Agência Estado:

As intoxicações por agrotóxicos em São Paulo aumentaram 14%, revela estudo ainda inédito da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Os últimos dados apontam 1.965 envenenamentos acumulados em um ano, uma média de uma ocorrência a cada quatro horas no Estado, frente a 1.688 casos notificados no ano anterior. Desde 2003, é a primeira vez que um índice tão alto de problemas por pesticidas agrícolas é registrado entre os paulistas.

Os dados foram colhidos em 2006 e fazem parte do Sistema Nacional de Informação Toxicológicas (Sinitox) da FioCruz. “A tendência de aumento das notificações serve como termômetro para as irregularidades dos alimentos que chegam à mesa população”, alerta a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner. “O fato de termos mais intoxicação indica também que os produtos estão sendo cultivados com mais tóxicos e as frutas, legumes e verduras acabam comercializados com excesso de resíduos”.

No país, os intoxicados somaram 9.585, número 17% maior do 2005, quando foram 8.167 casos. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que os registros não mostram o real alcance do problema, já que para cada caso notificado, outros 50 não chegam a público. Fazendo as contas, só em SP seriam 96.285 vítimas intoxicadas que não entraram nas estatísticas.

Para a gerente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Letícia Rodrigues, o resultado endossa que a utilização de reagentes tóxicos está excessiva. “O país é o segundo consumidor mundial de agrotóxicos. As análises mostram que, além dos alimentos chegarem ao mercado com excesso de resíduos, os agricultores usam substâncias erradas, o que aumenta o perigo de intoxicação”, diz. “A substância funciona na lavoura como o antibiótico no organismo. Se usar errado, perde o efeito.”

Os problemas no produtos in natura estão expressados nos índices de reprovação do Programa de Avaliação de Alimentos do governo federal (Para). A maioria das amostras analisadas foi reprovada por excesso de resíduos tóxicos ou utilização de substâncias não recomendadas para a cultura.

Sem alarde

A ressalva é feita pelo coordenador de saúde ambiental da Unicamp, o toxicologista Ângelo Trapé. “Os consumidores podem ficar tranqüilos porque os resultados não configuram risco à saúde e nem a necessidade de suspender o consumo’, avalia. ‘As quantidades são insuficientes para provocar danos, mas mostram que o controle sanitário deve ser mais incisivo.”

Sobre o aumento de intoxicações, José Roberto Da Ros, o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Defesa dos Produtos Agrícolas reforça que é preciso aumentar as campanhas educativas para os agricultores, “única forma de reduzir os índices.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

6 comentários

  1. Oi Pat,
    Já era frequentadora assídua da comunidade Crianças na Cozinha, e agora junto com os sites de notícias, abro teu site diariamente. Informativo, inteligente e muito esclarecedor, esse espaço é um “prato cheio” pra quem faz questão de não só “comer”, mas sim de nutrir o corpo e levar uma vida um pouco mais saudável do que essa que vendem na TV com anúncios milionários.

    Aos poucos, de tanto ler as receitas, as matérias, as dicas, já tenho me aventurado em fazer meus próprios experimentos culinários trocando os vilões pelos mocinhos ;)
    Meu caderninho de receitas tá bombando de “receitas da Pat” e a família aprova, copia e assim a boa saúde vai se espalhando.

    Parabéns!
    Um Beijo enorme!
    Cacau

  2. Obrigada pelas palavras tão carinhosas, Cacau!!

    Quando fizer alguma receita do site, mande a foto para eu poder publicar!

  3. […] OFF- TOPIC : Olhem esse post no blog da Pat, o Crianças na Cozinha, e vamos pensar mais sobre a comida que estamos comendo?  imprimir      […]

  4. Muito bom esse artigo. O Brasil tá realmente deixando os agricultores fazerem o que quiserem nas lavouras… Na Itália, por exemplo, é tudo tão controlado que o fornecedor pode ser preso se o produto tiver uma quantidade maior de agrotóxicos do que deveria ter. O que falta aqui é fiscalização!!

  5. PAt, muito bom mesmo o artigo. Mas tenho uma dúvida: gosto de comprar legumes e verduras na feira em frente a minha casa, mas o que compro é orgânico????
    Por via das dúvidas tomo um imenso cuidado na limpeza dos alimentos e me diga se estou fazendo errado: lavo com água corrente, deixo por uns dez minutos em uma vasilha com dua gotas de água sanitária e passo novamente em água corrente. Isso elimina alguma quantidade de agrotóxico (se existir?).
    Adoro seu site Pat!
    Parabéns!

  6. Na edição do dia 16/7 a revista Veja trouxe uma entrevista com David Servan-Schreiber, psiquiatra francês, diagnosticado com câncer no cérebro aos 31 anos. Ele disse o seguinte: “…alimentação é um elemento-chave na luta contra o câncer. Pode-se atribuir à dieta a razão principal para a expansão da doença. O aumento do consumo de açúcar refinado, a utilização de produtos químicos na fabricação dos alimentos como corantes e conservantes, e a mudança do padrão alimentar de animais como vacas e frangos…”

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