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Orgânicos – Por que optar por eles?

A decisão de optar por alimentos orgânicos é com certeza uma decisão pessoal sua. A cada vez que você anda pelo supermercado ou por feiras e vê pipocar cada vez mais produtos orgânicos você se pergunta:

Eles realmente são produtos melhores,?

Vale a pena pagar mais caro por eles?

Será melhor mesmo para a sua saúde e para a saúde da sua família?

Será que são realmente mais saborosos?

Com certeza os orgânicos estão cada vez mais populares e as vendas mundiais refletem isso, com crescimentos fantásticos ano após ano tanto em volume de vendas como em opções de compra.

Fazendas orgânicas

As fazendas orgânicas diferem das convencionais pelos métodos de cultivo utilizados. Enquanto as plantações convencionais se valem de inseticidas para se verem livres de insetos e pragas, nos cultivos orgânicos utilizam métodos naturais, como predadores destes insetos ou outros tipos de barreiras físicas. As ervas daninhas são controladas por herbicidas nas plantações convencionais, enquanto os orgânicos usam métodos naturais e manuais para controlá-las.

O resultado é que os alimentos cultivados da forma convencional são normalmente cheios de resíduos químicos, que podem ser muito perigosos para nós e para nossas crianças e bebês. Há um grande debate sobre o quanto os pesticidas nas doses medidas nesses alimentos podem ser prejudiciais à nossa saúde. Os especialistas pedem cautela no consumo. A Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA) presume que 60% dos herbicidas, 90% dos fungicidas e 30% dos inseticidas sejam potencialmente cancerígenos.

Influências na saúde

Os pesticidas podem ter diversas influências negativas na nossa saúde, incluindo neurotoxicidade, disrupção do sistema endócrino, risco cancerígeno e supressão do sistema imunológico. Exposição a pesticidas pode também afetar o sistema reprodutor masculino e já foi relacionada a abortos espontâneos.

Concomitante à contaminação química, produtos da agricultura convencional tendem a ser menos nutritivos que os orgânicos. Em média um produto convencional tem apenas 83% dos nutrientes contidos em alimentos de cultivo orgânico. Alguns estudos mostram claramente melhores níveis de nutrientes como vitamina C, ferro, magnésio e fósforo nos orgânicos. Eles também contém menos nitratos (toxinas naturais).

Não há dúvidas de que os orgânicos são a melhor opção, mas se você não tem facilidade em encontrá-los ou acha muito caro, não use isso como desculpa para não consumir frutas, verduras e legumes. Entenda que comer frutas, verduras e legumes não orgânicos ainda é melhor do que não comê-los.

Nós precisamos consumi-los!

Se puderem ser orgânicos, melhor!

Outro ponto importante a destacar é o frescor dos alimentos. Melhor um não orgânico novo e fresco, da época, do que um enlatado ou congelado orgânico. Use o bom senso! Alguns nutrientes se degradam muito facilmente a qualquer tipo de processamento. Evite alimentos industrializados, mesmo que sejam orgânicos. Pense também nisso na hora de fazer sua escolha.

Atualmente a procura por orgânicos tem aumentado muito, o que faz com que seus preços comecem a cair. Eu venho notando isso nas minhas compras nos últimos anos. As opções também vêm aumentando enormemente.

Minimizar a exposição

Se você realmente não tem opção e só compra produtos não orgânicos, existem algumas maneiras de minimizar sua exposição aos pesticidas. Uma boa lavagem nas frutas e verduras ajuda, mas não pense que uma simples lavagem será capaz de eliminar completamente os quí­micos. Você pode também desprezar a camada mais exterior de pés de alface, couve e outras folhas. Descascar frutas e verduras também pode ajudar, já que é aí que se concentra a maior parte das toxinas. Uma outra opção, caso você tenha espaço disponí­vel, é plantar uma pequena horta no seu jardim ou na janela do seu apartamento.

Uma coisa que eu faço muito aqui em casa é escolher comprar de cultivo orgânico o que é usualmente mais contaminado com pesticidas. Tomates, batata, morangos, saladas em geral, mamão e laticínios em geral e ovos nós procuramos sempre os orgânicos. Outras coisas até podem ser convencionais, se não estiver na época de encontrar ou se for caro demais. De novo o bom senso é fundamental.

Em particular no caso de leite e derivados, carnes e ovos é mais importante que o animal tenha sido criado solto, livre para pastar/ciscar, do que ser orgânico certificado. Boi verde, galinha caipira, ovos de galinha caipira são a melhor opção e nem sempre a mais cara.

Orgânicos simplesmente não são garantia de mais saudável.

Estudos mostram que alimentar bebês e crianças com alimentos orgânicos diminui drasticamente sua exposição à pesticidas.

Pesquisadores entrevistaram famílias com crianças de 2 a 5 anos de idade. Crianças que consumiam pelo menos 75% de orgânicos em sua alimentação foram classificadas como “crianças orgânicas”. As que consumiam pelo menos 75% de produtos convencionais foram chamadas “crianças convencionais”.

O estudo concluiu que o grupo orgânico tinha apenas 1/6 do nível de pesticidas na sua urina em comparação com o grupo convencional.

O risco real da exposição aos pesticidas ainda não é totalmente conhecido. Os pesquisadores inclusive ressaltam que essa falta de certezas em torno dos pesticidas os torna um problema ainda maior.

Algumas pessoas acreditam que vestígios de pesticidas na nossa dieta podem ser perigosos, enquanto outras não ligam, acham que não há problema algum, que não há evidências que provem tal afirmação.

Na dúvida, nesse hora, eu prefiro acreditar muito mais na nossa amiga “Mãe Natureza”. Pesticida não dá em árvore e não existe desde que o mundo é mundo. Na dúvida eu confio no que a natureza fornece tão gentilmente para nós. Na dúvida, eu confio muito no meu paladar, no que me agrada, e depois de vários anos optando por orgânicos, já os sinto tremendamente mais saborosos e suculentos, sem contar que duram mais tempo na geladeira.

Frutas, verduras, legumes, carnes, ovos do jeitinho que vieram ao mundo. Sem química, sem passar por fábricas.

Sempre com muito bom senso!

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Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.