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Quem é radical?

Screen Shot 2016-07-15 at 9.40.18 AMApesar de não me achar radical, eu confesso que por vezes sinto um certo orgulho quando me chamam de radical na minha alimentação e estilo de vida.

Eu não sou contra pequenas “contravenções” muito de vez em quando, mas realmente não acho que comer errado deva ser a única fonte de prazer das pessoas. Eu na verdade não entendo porque tanta gente acha que só produtos alimentícios lotados de farinhas, açúcares e química sirva como “comida gostosa”, “comida de criança” ou “fonte de prazer”.

Será mesmo que as pessoas se esqueceram do prazer que é chupar uma manga, comer banana amassada, um bife acebolado na manteiga ou um delicioso purê de batatas caseiro?? Comida de verdade é cheia de sabor, dá muito prazer e “de brinde”, nos oferece muita saúde.

Eu acho interessante e curioso ser chamada de radical, ainda que eu dê minhas escapadas e ainda que eu não tente impor o meu estilo de vida e alimentação a outros, enquanto pessoas que acham um absurdo eu não comer ou beber certas coisas – e tomam isso quase como uma ofensa pessoal – serem consideradas “normais”.

Ora, eu fiz minhas escolhas, você fez as suas e cada um deveria conviver bem com isso e respeitar as decisões alheias. Em 2007, quando decidi criar o meu site, divulgar as minhas escolhas e ensinar aqueles que desejam viver uma alimentação isenta de industrializados, eu não impus nada a ninguém, eu não obriguei ninguém a nada, eu só divulgo o que eu faço e o que eu acredito.

Eu percebo a cada dia, na minha saúde e disposição e dos meus filhos a diferença que essas nossas escolhas fazem. Eu noto cada vez mais gente optando por comida de verdade – não tem marketing nem patrocínio nisso, tem apenas uma volta às origens.

Entendam que a humanidade não chegou até onde chegou comendo pacotes, latas, refinados e industrializados. A humanidade se desenvolveu e prosperou comendo comida de verdade, comendo só quando tem fome e só o suficiente para saciar essa fome, nada a mais.

Parece difícil nos dias de hoje, com tanta oferta, tanta fartura e tanta gostosura, mas reprogramar as nossas vontades e o nosso organismo para uma volta no tempo, é a melhor coisa que podemos fazer pela nossa saúde. Temos que aprender a nos imunizar contra os excessos, contra as porcarias. Sim, eu disse que parece difícil, e no início pode realmente ser difícil. Sair da nossa zona de conforto é muito difícil!

Parece, mas não é! Veja exemplos simples, coisa que a gente nem pensa muito, mas que podem fazer diferença:

  • Descascar uma banana é tão demorado quanto abrir um pacote de bolachas
  • Preparar ovos mexidos demora tanto quanto cozinhar aquele macarrão instantâneo cheio de química
  • Comprar industrializados no supermercado leva o mesmo tempo que comprar alimentos frescos, no próprio supermercado ou, de preferência, na feira
  • Industrializados são mais caros SIM que alimentos frescos. São mais caros para o bolso e são mais caros para a nossa saúde. CLIQUE AQUI para ler mais sobre isso

Não deixe o ótimo ser inimigo do bom. Você deve estudar, pesquisar, se informar e conhecer a melhor opção possível, mas se você não tem acesso a essa melhor opção, ao menos se esforce para se aproximar ao máximo dela!

Algumas pessoas precisarão ser absolutamente radicais para conseguirem mudar seus hábitos, do tipo “joga fora todas as porcarias e começa do zero”. Outras pessoas se dão melhor fazendo pequenas mudanças a cada dia, devagar, mas consistente. Identifique o seu tipo e comece agora mesmo!

Conforme você vai se envolvendo no “radicalismo” da comida de verdade descobrirá que tem muitos outros “malucos” na mesma estrada que você. Os fornecedores vão aparecendo, um conta para o outro, um oferece ao outro e uma grande rede se forma. Hoje em dia tenho a sorte de estar cercada de pessoas do bem, cercada de gente que gosta e valoriza a comida de verdade.

Para quem está de fora, pareço radical. Porque uma criança (ou adulto) que come saladas variadas, todo tipo de carne, frutas, verduras, legumes, fermentados e outros alimentos frescos tem uma alimentação RESTRITA, mas aquela criança que não come nada disso, mas come salgadinho, pirulito, bala, chocolate, fast food e outros lixos, essa tem infância, essa é feliz…. Que conceito de infância e felicidade é esse, minha gente?!?!!?

Pensem um pouco!!!

Restrito é a mente de quem pensa isso. Pronto, falei!!! Se você acha que criança só é feliz se comer lixo, você tem um problema, você tem uma mente restrita!!!! Pra mim criança feliz come bem, de tudo um pouco, tem disposição pra brincar muito, dorme cedo, tem os pais presente e sim, muito ocasionalmente, pode comer uma besteira!

Quando eu decidi cortar uma série de itens da minha rotina alimentar, fui chamada de radical. Radical é a nossa cultura que nos impões tanto lixo, literalmente goela abaixo!!!

Quem opta por comida de verdade parece ter que se desculpar com a sociedade por isso. Eu me senti assim durante muito tempo. Eu inventava desculpas e literalmente me desculpava por não comer ou não permitir que minha família comesse ou bebesse certas coisas.

Hoje, vendo a saúde radiante da nossa família, não sinto necessidade de me desculpar por nada. Estou em paz com as minhas escolhas – que não considero radicais -, respeito as escolhas dos outros, mesmo que eu não concorde com elas, e vou continuar divulgando minhas escolhas e dicas. Aproveita-se dela quem quer!

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Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

7 comentários

  1. Muito bem resolvida, é isso mesmo! Sigo no mesmo “radicalismo” e também sou feliz por essa escolha, afinal, escolhemos saúde, disposição e comemos muito bem sim, obrigada! Meu caldo de carne está lá borbulhando na panela, depois desfiarei a carne, refogarei no côco com alho, pimentinha, cogumelos, arroz integral pré-cozido (e pré-fermentado), couve picadinha. Depois azeite extra-virgem e manjericão fresco da horta pra finalizar. Ah! Ovos poché (1 por pessoa) por cima dessa “fritada” deliciosa. Cadê a restrição mesmo?
    Abraços, querida – você é fonte de inspiração de muita gente que tem optado por trilhar esse caminho! ;)

  2. Sinceramente, não entendo o motivo de dizerem que você é radical, Pat. Não está obrigando ninguém a seguir o seu estilo de vida, está apenas aplicando-o a si mesma e aos seus filhos, e com muito sucesso, pela saúde da sua família. O que as outras pessoas têm a ver com isso pra te criticarem? Se não querem fazer, que não façam.
    Acho bizarro quando alguém condena uma mãe por dar comida saudável aos filhos. A saúde precisa ser mais importante do que 10 minutos de prazer com um salgadinho lotado de química, sódio e gorduras oxidadas.
    Além disso, comida de verdade é muito melhor de sabor, principalmente quando as papilas gustativas não estão estragadas por açúcar/edulcorantes/sal/carboidratos refinados em excesso.

  3. UAU!
    Conheci seu blog literalmente agora e estou lendo alguns posts. E já me deparo com esse e fico só no UAU!

    Eu infelizmente só descubrei sobre ‘virar radical’ recentemente, estou pesquisando muito sobre isso para conseguir ter um dia a dia o mais saudável possível.. e é duro ter que aguentar ser chamada de radical o tempo todo.. ou ainda que faço isso para não engordar. Logo eu.. que sempre fui magra… e me irritava por não engordar (é! rs).

    É desgastante ter que viver como se fosse a errada da situação e ter que explicar. Eu só tento explicar, pois quero sim também ajudar os outros a serem também saudáveis. Aqui mesmo onde eu trabalho, vivem doentes e só comendo besteira. Como podem não perceber a causa e consequência disso?

    Obrigada por esse texto e o trabalho que tem feito!

  4. Eu não diria radical. Diria que você é consciente daquilo que come. A maioria das pessoas comem qualquer coisa porque todo mundo come, ou porque querem justificar seu próprio prazer comendo açúcar, chocolate ou tomando coca-cola… Tem muita gente que simplesmente não se importa em ingerir comida processada e não natural. Mas mesmo pra essas pessoas, você está deixando uma semente, uma pulga atrás da orelha, e talvez um dia elas se toquem e entendam a importância de manter uma alimentação saudável.

  5. A comida gostosa que a indústria nos oferece, é cheia de realçadores de sabores, tipo glutamato monossódico.
    Glutamato monossódico é um silencioso e difundido assassino que é pior para a saúde do que o álcool, o tabaco e muitas outras drogas. Está provavelmente escondido em seu armário de cozinha neste exato momento. É um realçador de sabor que é conhecido amplamente como um aditivo das comidas asiáticas, sobretiudo, da chinesa, mas que na verdade é adicionado a milhares de alimentos que você e sua família regularmente comem, especialmente se você é como a maior parte dos norte-americanos e come a maioria de sua comida como alimento processado ou em restaurantes.

    Glutamato monossódico é um dos piores aditivos alimentares no mercado e é usado em sopas enlatadas, biscoitos, carnes, saladas, refeições congeladas e muito mais. É encontrado em restaurantes e supermercados locais, na lanchonete da escola das crianças, e incrivelmente, mesmo na comida de bebê e em fórmulas infantis.

  6. Estou contigo e não abro! Mesmo que nos tempo de hoje seja tão difícil levantar essa bandeira, também sou chamada de chata e dura. Mas não ligo não, pois tenho absoluta certeza que estou fazendo o melhor para aqueles que amo. Hoje , eles não sabem, mas logo saberão…

  7. É isso aí, Pat. Parabéns pelo post! Algumas pessoas do meu círculo de amizades, pelo fato de eu ter deixado de comer glúten há quase três anos, e por eu ter tirado os óleos vegetais (passei a fazer banha ou manteiga clarificada em casa) e diminuído consideravelmente a ingestão de frutose (sobretudo o açúcar) da minha dieta, começaram a me encarar como um cara “radical” ou até mesmo excêntrico ou ainda o maluco que gosta de kefir, gorduras (boas) e banana verde (amido resistente). Mas, já me acostumei, pois acho que estou comendo apenas comida de verdade, pois a minha vida mudou radicalmente para melhor com o estilo de vida Paleo Low-carb (que permite laticínios fermentados). E o mais surpreendente é que algumas pessoas bem mais jovens do que já estão começando a me ver com outros olhos e procurando entender “o que esse cinquentão faz para ter mais disposição e saúde do que nós.” Kkkkkk. Continue com essa missão de divulgar os caminhos para a boa saúde. Grande abraço.

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