Alimentação ARTIGOS Bebês Papinhas

Razões para você preparar a papinha do seu bebê em casa

Eu imagino que a maioria dos leitores do site Crianças na Cozinha já saibam que meu bebê vai se manter eternamente afastado das papinhas industrializadas. Com meu primeiro filho foi assim e com o segundo com certeza não será diferente.

Eu “sobrevivi” à correria do dia a dia, passeios, viagens, cansaço, excesso de trabalho, falta de tempo e qualquer outra desculpa (verdadeira ou não) que eu pudesse inventar, e não sucumbi às papinhas industrializadas.

Os milionários fabricantes de papinhas podem falar o que quiserem, mas eu acho (minha opinião pessoal!) que é biologicamente, humanamente, totalmente impossível um alimento DE VERDADE resistir por meses a fio numa prateleira não refrigerada sem estragar. Eu não vejo como é possível um alimento realmente nutritivo e livre de conservantes, resistir por tanto tempo em prateleiras de supermercados e farmácias.

Ué, farmácia vende comida? Desde quando? Papinha de bebê é remédio ou comida? Por que é vendida em farmácias?

Quem também acompanha meu trabalho aqui no Crianças na Cozinha há algum tempo sabe direitinho que eu adoro cozinhar, me dedico muito à cozinha da minha casa (e à dos amigos e compradores dos meus caldos caseiros e outras gostosuras), mas detesto a idéia de virar escrava da cozinha, entrar de manhã e só sair à noite e não ter tempo para mais nada, até porque a saúde da minha família também inclui passeios ao ar livre, no sol, muitas brincadeiras e tempo que passamos juntos.

Para ter tempo para tanta coisa e além de tudo isso trabalhar muito eu não apelo aos industrializados, mas faço do freezer um dos meus melhores amigos! Comidinhas para a família e base para as papinhas sempre povoaram o meu freezer.  Claro que nada substitui uma comidinha caseira feita na hora, nem mesmo uma comidinha caseira congelada, mas com certeza o freezer é muito mais amigo da sua saúde do que os industrializados!!

Pelo que venho recebendo de e-mails dos leitores do Crianças na Cozinha, vejo que a correria dos tempos modernos é uma das principais razões para que as mamães, sempre querendo o melhor para seus bebês, acabem optando pelas papinhas industrializadas. Falta tempo, às vezes falta disposição e/ou conhecimento para preparar papinhas gostosas ou acontece até mesmo de bater uma baita insegurança, medo de estar fazendo errado, medo de não ter na papinha tudo o que o bebê precisa…

E é bem aí que o marketing da indústria pega pesado!

Você não tem tempo? Nós fazemos para você!

Você não sabe fazer? Nós fazemos para você!

Você não sabe balancear os ingredientes? Nós colocamos tudo o que seu bebê precisa, na proporção exata!

Mas não se engane! Comida que fica meses numa prateleira (de farmácia!!!) sem estragar não é comida de verdade. Comida preparada numa máquina, sem o carinho da mamãe ou da vovó, não é comida de verdade. Todos nós precisamos de comida de verdade e os nossos bebês mais ainda, já que estão em pleno processo de formação e crescimento. Tudo o que eles serão no futuro, toda a saúde deles (ou a falta dela) depende do que eles andaram comendo desde as primeiras colheradas.

Se nada disso que eu escrevi até agora te convenceu de fazer a papinha do seu filho em casa, aqui vão mais algumas razões:

  1. Você sabe exatamente a composição de cada papinha – a papinha do seu bebê terá exatamente aquilo que você colocou na panela, nada mais e nada menos. Nada de conservantes escondidos, nada de disfarces, legumes passados ou qualquer outro defeitinho “inocente”.
  2. A papinha feita em casa é muito mais bonita – alimentos de verdade, recém preparados, são coloridos com cores vivas e fortes, atraentes. Ou você acha que bebês também não comem com os olhos? Agora vai ali na farmácia ver a cor das papinhas industrializadas… É tudo “meio mais ou menos”, pálido, com cara de sem graça…
  3. Papinha feita em casa é muito mais gostosa – e não venham me dizer que não sabem cozinhar!!! Eu já expliquei direitinho aqui no site como fazer papinhas em casa – é bem simples e não precisa ser chef! -, já publiquei algumas receitas de papinhas salgadas e doces (deixa só o bebê começar, que eu publico ainda mais) e nunca, jamais, uma máquina será capaz de fazer papinhas mais gostosas do que a papinha da mamãe, do papai, da vovó e do vovô (vejam que incluí a família toda, porque é assim que deveria ser…) E se o bebê estranhou, não quer dizer que não gostou, e se não gostou, você muda o tempero, a combinação de ingredientes, a temperatura, etc…
  4. Você economiza – você já fez a conta do quanto gastaria para preparar a mesma quantidade de papinha que vem naqueles potinhos industrializados que custam em torno de R$4,00 ou R$5,00 (pesquisei o potinho de 115g, daquela marca famosa, em alguns sites que vendem o produto, me corrijam se estiver errada). Pense em R$5,00. Com esse dinheiro você faz muitas papinhas em casa, orgânicas ou não, mas com certeza muito mais saudáveis e gostosas, e com ingredientes de procedência muito mais garantida. Com esse dinheiro eu compro potinhos de vidro, armazeno minhas papinhas feitas em casa e de quebra dou muito mais saúde para o meu bebê.
  5. Fazer papinhas em casa é fácil – sim, até mesmo quem não sabe cozinhar mas tem um mínimo de coordenação motora é perfeitamente capaz de fazer uma papinha em casa. Você descasca e pica verduras e legumes, cozinha rapidamente num caldo ou no vapor, amassa, tempera suavemente e está pronto! O bebê vai te dar os sinais do que ficou melhor ou pior, você vai ajustando temperos, combinações, a temperatura e logo você e o bebê entram num acordo do que ficou melhor. Não tenha medo de cara feia!

Eu já dei diversas aulas sobre como preparar papinhas de bebê para mamães que não sabiam por onde começar. Elas saíram de lá felizes e satisfeitas, sentindo-se plenamente capazes de alimentar adequadamente seus bebês. Entre essas mães tinham excelentes cozinheiras, péssimas cozinheiras e outras que mal sabiam ferver água. Todas retornaram com ótimas notícias: faziam papinhas para seus bebês, que comiam muito bem, estavam vendendo saúde.

Mães que oferecem papinhas industrializadas aos seus filhos:

  • Não se sintam menos mães por AINDA não prepararem em casa as papinhas dos seus bebês. Usem essas informações e as receitas de papinhas de bebê do site Crianças na Cozinha como o empurrãozinho que faltava para vocês colocarem a mão na massa.
  • Não digam: “meu filho come industrializados e nunca ficou doente”. Bebês podem adoecer com papinha caseira ou industrializada. Uma gripe ou dor de barriga pode acometer qualquer um. Os grandes malefícios de uma alimentação deficiente na primeira infância não aparecem de uma hora para outra. Males como diabetes, obesidade, enxaqueca, etc, são resultado de muitos anos de má alimentação.
  • Nenhuma mãe é mais mãe ou menos mãe porque dá papinha industrializada ou papinha caseira, mas a informação é tudo, e uma vez que você descobre que pode fazer melhor, não há porque não fazê-lo, ou pelo menos tentar.

Diversas mamães leitoras do site já me escreveram sugerindo que eu vendesse as papinhas que faço farei para o meu filho congeladas – elas já me deram a solução perfeita: para cada papinha que eu fizer, faço uma quantidade maior , uso o quanto quero e vendo o excedente para as mamães sem tempo. Eu sinceramente me sinto mais feliz e realizada ensinando as mamães a fazer suas próprias papinhas em casa, carinho de mãe pra filho, aquela coisa mágica que não tem explicação. Mas prometo que vou estudar o assunto.

Será que começo a treinar fazer papinhas (novamente) desde já? Se alguém quiser me insentivar e fazer encomendas, podemos estudar com ainda mais carinho o assunto!

As aulas de papinhas devem voltar muito em breve, talvez ainda este ano, porque o meu bebê tem se mostrado um docinho. Dorme muito bem, está sempre risonho e bem humorado. Um companheiro perfeito para as tardes Mamãe& Bebê que eu faço há algum tempo no espaço A Nossa Cozinha.

CLIQUE AQUI para ver as receitas de papinhas que já foram publicadas.

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

19 comentários

  1. Oi, Pat.
    Eu concordo plenamente com você, e sou um exemplo disso que vc está falando. Eu cozinho muito mal, faço apenas o basico e bem mais ou menos kkk.
    Mas eu preparo todas as papinhas da Rafaela (8 meses), como trabalho já faço duas ou três receitas diferentes ao mesmo tempo e congelo tudo em potinhos individuais. Ontem mesmo fiz 15 potinhos. Acho muito mais barato e saudavel. Fora q aquelas papinhas compradas ( q dei para a minha filha mais velha algumas vezes) tem todas o mesmo gosto.
    Já fiz varias receitas suas também.

  2. Eu passei mais de um ano tentando! Fiz papinha de todos os jeitos, sabores, texturas! Inovei, inventei, fiz o tradicional! Não tem jeito, meu filho não aceita, ele só come papainha industrializada! O potinho horroroso daquela marca famosa é a única coisa que ele aceita! O que fazer, mágica? Juro, não é preguiça, ou falta de tempo ou até mesmo talento! Tentei vários truques de colocar a minha comida no potinho, misturar 50% da minha com 50% da industrializada!
    Nada!
    Ele ama o potinho! Abre um bocão e me deixa feliz!
    Fazer o que?
    Não é, nem próximo, o que eu esperava para o meu filho, quando estava grávida montei um lindo livro de receita de papinhas, mas ele não aceita outra comida!

  3. Amei esse post sobre as papinhas ! Fiz papinhas para meus 2 filhos smepre e continuo fazendo o almoço e o jantar dos meninos. Tudo muito gostoso, nutritivo e rápido !
    O tempo que “gastamos” fazendo comidinhas para os nossos tesouros vale a pena e reflete na saúde das crianças ! Bjão

  4. entrei no mundo das papinhas recentemente porque tenho uma filha de 7 meses. Entendo o que voce, Pat, quer passar àqueles que leem seu blog, e acho muito generoso dispor do seu tempo, atenção, conhecimento…para tentar fazer a vida de outras pessoas (e seus respectivos filhos) um pouco melhores. no que cabe o seu julgamento. Admiro sua atitude, porque acho que a vida de mãe é muito corrida. Cozinhar papinha é importante, assim como brincar com seu filho, levá-lo para passear, dar banho… além claro de viver a sua própria vida e a vida do casal. Eu adoro cozinhar e preparo todos os dias a papinha orgânica da minha filha, mas entendo que não só de comida vive um bebe, e acho muito aceitável ter mães que têm modos diferentes de cuidar do seu bebe, inclusive dando papinha industrializada e “guardar” os 20 minutos que ela passaria para cozinha para poder brincar com seu filho ao invés dele ver televisão. Não precisa sentir uma mãe que ama menos o seu filho por não tentar fazer a papinha em casa. Mas isso não é desculpa para dar miojo, batata frita, pizza às crianças.

    1. ju;iana, obrigsada pelas suas palaras, mas eu acho que até o preparo da papinha pode ser um tempo de companhia com o bebe, com muita alegria – ao invés dele ficar em frente à televisao ou se distraindo com brinquedos, o bebe pode estar no carrinho ou cadeirao, num ponto seguro da cozinha, brincando com uma colher de pau ou manuseando frutas, sentindo o cheirinho do que vai comer, vendo a mae e participando do jeitinho fofo que sabe, com risadas, gritinhos e palminhas de alegria. querer é poder.

  5. Pat, querida! Achei uma delícia seu cantinho!! Sou nutricionista, e a forma como aborda a alimentação infantil, me encantou. Como é simples e fácil cozinhar para nossos bebês realmente. Vou divulgar esta matéria no meu blog, posso?

    Um beijo!

    1. Pode Ana, será um prazer! Coloque um link para o Crianças na Cozinha, assim os teus leitores podem conferir outras matérias!

Comentários estão encerrado.