ARTIGOS

Somos o que comemos, e o que nossas mães comeram

Já faz um tempo que passei a ter certeza de que não somos só o que comemos agora. Somos muito mais que isso, um reflexo do que nossas mães e nossas avós comeram durante toda sua vida e principalmente durante a gravidez.

A matéria a seguir foi reproduzida a partir do site Estadão e mostra com um pouco mais de fundamento porque essa minha certeza é realmente uma verdade.


Um pouquinho de mãe em nosso corpo

Fernando Reinach*

Ser mãe não é só padecer no paraíso. Se ela for um mamífero, é abrigar o feto no útero, alimentá-lo através da placenta e finalmente amamentá-lo após o nascimento. Mas agora as mães parecem ter um novo papel, doar suas células para os filhos.

Durante a gestação, o feto é alimentado por meio da placenta. Ela se fixa no interior do útero materno e é ligada ao feto pelo cordão umbilical. A placenta funciona como uma espécie de radiador. No carro, o radiador transfere o calor da água para o ar sem que o ar entre em contato com a água.

Na placenta, existe um mecanismo semelhante – de um lado circula o sangue da mãe, do outro o sangue do filho. Apesar dos dois tipos de sangue não se misturarem, moléculas pequenas, como o oxigênio e os alimentos, passam do sangue da mãe para o filho. Ao mesmo tempo o gás carbônico e os “rejeitos” do feto são transferidos para a mãe.

Faz tempo que se sabia que algumas moléculas maiores, como o antígeno que causa a reação anti-RH, podem cruzar a barreira da placenta.

Pesquisa

Em 1995 um grupo de pesquisadores descobriu um pequeno número de células oriundas da mãe no sangue de quase 100% das crianças recém-nascidas, demonstrando que células também podem cruzar a placenta.

De início a presença dessas células foi atribuída ao trabalho de parto, quando as contrações acabam por separar a placenta do útero. É possível que durante o parto o isolamento existente no “radiador” seja rompido e um pouco do sangue materno se misture ao sangue do filho.

De fato, células fetais também são encontradas na mãe. Mais recentemente foi descoberto que tais células não morrem, mas se dividem, e seus descendentes continuam em nosso corpo por muitos anos.

QUIMERA

O fenômeno, chamado de microquimerismo para indicar que nosso corpo na realidade é uma quimera contendo mais de 99,99% de células “nossas” e menos de 0,001% de células de nossas mães, era considerado uma mera curiosidade biológica, uma espécie de resquício de nossa vida no útero.

Agora um grupo de cientistas resolveu estudar quantas dessas células sobrevivem em adolescentes que sofrem de diabete tipo 1 e nos seus irmãos não afetados pela doença.

Descobriram que 15% dos adolescentes diabéticos carregam em seu corpo quase 0,1% de células recebidas de suas mães, enquanto entre os irmãos não afetados somente 1,6% possuía níveis altos de células maternas. Além disso, no pâncreas de um paciente com diabete quase 1% das células era de origem materna.

Os cientistas ainda não sabem o que isso significa: a alta quantidade dessas células em pacientes pode ser uma tentativa de o corpo tentar contrabalançar a sua deficiência ou pode ser uma das causas da reação auto-imune que leva à destruição das células que produzem insulina e provoca diabete.

HERANÇA DA VIDA UTERINA

A descoberta sugere que o fato de trocarmos células com nossas mães durante a vida uterina pode ter repercussões ao longo de toda a vida.

A afirmação de que cada um carrega consigo um pouco de sua mãe agora tem um significado biológico. Até hoje sabíamos que recebíamos de nossas mãos metade de nossos genes e parte de nossa educação.

Agora, para o bem ou para o mal, sabemos que carregamos conosco algumas células de nossas mães.

Mais informações em Maternal microchimerism in peripheral blood in type 1 diabetes and pancreatic islet b cell microchimerism, na PNAS, volume 104, página 1.637, de 2007. *fernando@reinach.com
Biólogo

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

2 comentários

  1. Muitos dizem que algumas características são provenientes de fatores GENÉTICO e eu concordo, mas muita coisa são decorrente de HÁBITOS INDUZIDOS.

    “Somos o que comemos, mas principalmente o que nossas mães comeram” é VERDADEIRO e deve ser amplamente DIVULGADO, pois podemos promover muitas Mudanças POSITIVAS na Sociedade Brasileira e estabelecer um Desenvolvimento SOCIAL & Econômico do Brasil, de FATO, SUSTENTÁVEL.

    Aproveito a oportunidade para apresentar as Senhoras Mães & Pais um dos meus comentários apresentado em diversos matérias / sites.

    Obesidade & outros Males / Doenças

    A questão da OBESIDADE pode ser iniciado pela MÁ NUTRIÇÃO da MÃE durante a GRAVIDEZ.

    Com a MÁ NUTRIÇÃO da MÃE o FETO não desenvolve BEM. Durante o seu desenvolvimento, ainda no ventre materno, ele vai se habituando a se NUTRIR da Forma Errada como a MÃE lhe “ENSINOU” ou INDUZIU – a MÃE pode induzir o BOM ou MAU HÁBITO ALIMENTAR.

    O MAU HÁBITO ALIMENTAR pode perdurar por toda a vida, causando lhe a maior parte dos Males / Doenças após o seu nascimento, reduzindo a sua expectativa de vida.

    O BOM HÁBITO ALIMENTAR pode, também, perdurar por toda a vida, mas, neste caso, vai proporcionar mais SAÚDE & LONGEVIDADE, com menos DESPESAS em Consultas Médicas, Exames Clínicos e Medicamentos.

    Você é o que Você COME – é uma expressão VERDADEIRA, mas poucos conseguem modificar o MAU HÁBITO ALIMENTAR e são muito influenciados pela MÍDIA dos ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS.

    Para piorar a situação das crianças, jovens e adultos, esses PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS, em sua grande maioria, são formulados de forma ESTRATÉGICA, visando ampliar a sua VENDA / LUCROS e para isso incluem o ADITIVO GLUTAMATO que se enquadra como um SABORIZANTE. Esse ADITIVO vem sendo apontado como responsável pelo excesso (40%) do consumo alimentar dos Seres Humanos.

    Esse GLUTAMATO, também, vem sendo apontado como causa de outros Males / Doenças, como as ALERGIAS, ENXAQUECA, MAL DE ALZHEIMER, entre outras, cujas incidências vem ampliando ano após ano e está preocupando grande parte das AUTORIDADES da SAÚDE PÚBLICA em todo o mundo.

    Para o bem de seus Filhos & as futuras gerações, recomendo “FAZER A CABEÇA” deles para que passem a esforçar para a adoção de um HÁBITO mais SAUDÁVEL, passando a seguir uma Dieta com base em Produtos Naturais, dando preferência a aqueles denominados de Produtos ORGÂNICOS & Práticas de Esportes.

    Para esse Mal, a OBESIDADE, como para muitos outros Males / Doenças não existe “REMÉDIO HALOPÁTICO 100 % SAUDÁVEL” ou seja, o individuo pode se curar de um determinado MAL, mas se estabelecerá alguma SEQÜELA, muitas vezes não perceptíveis, mas que poderá no futuro se manifestar de forma crítica / dolorida e até levar o indivíduo a óbito.

    A MEDICINA HALOPÁTICA ESTÁ DOENTE: esse tema foi discutido no Grupo Saúde Animal, onde vários colegas já vem utilizando alguma Medicina ALTERNATIVA.

    Existes outras ALTERNATIVAS para cuidar da SAÚDE HUMANA que são amplamente utilizadas em muitos países, onde muitas dão Bons Resultados, mas isso ocorre porque estão associados ao BOM Hábito Alimentar.

    MISSAO TANIZAKI
    Fiscal Federal Agropecuário
    Bacharel em Química
    missao.tanizaki@agricultura.gov.br
    missao.tanizaki@ada.com.br (NOVO)
    missao.tanizaki@gmail.com.br (NOVO)

    TUDO POR UM BRASIL & MUNDO MELHOR

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