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Queridos leitores, achei essa matéria no site da Folha de São Paulo há alguns meses, tradução do artido original do USA Today e fiquei pensativa com todas essas possibilidades…
Pode uma pessoa ser viciada em comer? Assim como temos viciados em drogas, álcool, jogo ou qualquer outra coisa? Eu fiquei realmente pensativa sobre este assunto, sobre essa possibilidade, afinal para a maioria de nós comer é mesmo um grande prazer – e tudo o que nos causa prazer, se fugir do controle, se fugir do razoável e do moderado, pode fazer mal SIM.
Leiam a matéria, reflitam sobre isso e deixem suas opiniões por aqui…
Há muito que a obesidade é atribuída à falta de força de vontade, a comer em excesso, à genética e à falta de exercícios. Cada vez mais, porém, os cientistas encontram sinais que sugerem que pode haver um fator adicional: o vício em comida.
Nas noites de segunda e terça-feira (10/7), dezenas dos principais pesquisadores do país em obesidade, nutrição e vício discutiram se a comida tinha propriedades viciadoras para algumas pessoas. Eles estavam reunidos em New Haven, Connecticut, em um encontro patrocinado pelo Centro Rudd de Política Alimentar e Obesidade da Universidade de Yale.
“Há suficientes dados científicos sugerindo haver algo, então estamos reunindo as principais autoridades para decidir se o vício em comida é real e quais são os fatores psicológicos e biológicos subjacentes”, diz Kelly Brownell, diretor do Centro Rudd.
“É surpreendente que nosso campo tenha negligenciado este conceito por tanto tempo”, diz ele. “A sociedade culpa as pessoas pela própria obesidade e fechou-se para outras explicações.”
A idéia do vício em comida vem de estudos em animais e humanos, inclusive de pesquisas de imagens do cérebro em humanos, diz Mark Gold, diretor da medicina do vício no Instituto Cerebral McKnight da Universidade da Flórida, co-organizador do encontro.
Em ambiente médico, “avaliamos as pessoas que estavam pesadas demais para deixar suas poltronas e grandes demais para passar pela porta”, disse ele. “Elas não comem para sobreviver. Amam comer e passam o dia planejando suas próximas escolhas de comida que encomendarão.”
A psiquiatra Nora Volkow, diretora do Instituto Nacional e Abuso de Drogas, palestrante na reunião, diz que a pesquisa nessa área é complicada, mas os problemas de peso da maior parte das pessoas não são causados pelo vício em comida.
Alguns estudos se concentram na dopamina, um neurotransmissor do cérebro associado com o prazer e com a recompensa. “O mau funcionamento do sistema de dopamina do cérebro pode deixar algumas pessoas mais vulneráveis a comer compulsivamente, o que pode levar à obesidade mórbida”, disse Volkow. Ela fez pesquisas inovadoras na área, no Laboratório Nacional do Departamento de Energia em Brookhaven.
Para alguns compulsivos, a vontade de comer é tão intensa que supera a motivação de se envolver em outras atividades recompensadoras e dificulta o exercício do autocontrole, diz ela. Isso é similar à compulsão que uma pessoa viciada sente para tomar drogas, diz ela. “Quando isso ocorre, o comportamento de comer compulsivamente pode interferir no bem estar e na saúde.”
Há, entretanto, muitas diferenças entre o vício em drogas e a intensa compulsão por comida, disse ela. A comida é necessária para a sobrevivência, e comer é um comportamento complexo, envolvendo muitos hormônios e sistemas diferentes do corpo, não só o sistema de prazer e recompensa, diz Volkow. “Há múltiplos fatores que determinam quanto a pessoa pode comer e o que come.”
Ela não acredita que a maior parte dos casos de obesidade possa ser atribuída ao mau funcionamento dos sistemas de dopamina do cérebro. Há muitas causas para o excesso de peso, inclusive hábitos alimentares pouco saudáveis, falta de exercícios, vulnerabilidade genética e estresse, disse ela.
Apesar de não haver uma definição oficial do vício em comida, Gold define o problema de forma muito parecida à dependência de outra substância: “Comer demais apesar das conseqüências, mesmo terríveis à saúde; preocupar-se com comida e com o preparo das refeições; tentar e fracassar em diminuir a ingestão de comida; sentir-se culpado de comer e de comer demais.”
Ele acredita que alguns alimentos têm maior poder de viciar do que outros. “Talvez as rosquinhas com alto teor de gordura e açúcar causem mais recompensa ao cérebro do que a sopa.”
Outros ridicularizam a idéia de vício em comida. “Isso é uma banalização do termo ‘vício'”, diz Rick Berman, diretor executivo do Centro de Liberdade do Consumidor, grupo financiado pela indústria de restaurante e alimentos. “O termo está sendo usado de forma abusiva. As pessoas não estão assaltando lojas de conveniência para agarrar uns bolinhos. Muitas pessoas amam cheesecake e comeriam a sobremesa toda vez que fosse oferecida, mas eu não chamaria a isso de vício”, diz ele. “A questão aqui é a intensidade dos desejos das pessoas”.
Vc tem um e-mail? Preciso de ajuda. Eu O-D-E-I-O cozinhar. Mas tenho um bebê com fome. Obrigada.
Regiane,
Podemos conversar sempre que você quiser via MSN (messenger). Anota aÃ: patricia@enxaqueca.com.br
bjs,
Pat
O vício em comida é real. Eu só falo isso pq eu sou um viciado. Não sou gordo, embora se eu continuar a comer provavelmente fique. Isso vem acontecendo de um mês pra cá, nas horas de ócio eu comecei a experimentar comer um pouco mais… Agora estou dependente, é como maconha, vc fica irritado se não comer.
Mas já estou tentando me cuidar, a auto-hipnose está ajudando muito. Eu parto da idéia como vários psicólogos, que não adianta força de vontade, não adianta se conscientizar, pois quem comanda os istintos não é o intelecto e sim a imaginação (os processos naturais da mente). Então só mudando a imaginação, mudando a maneira de como o cérebro responde naturalmente a certas situações, que se muda o comportamento. E a hipnose faz isso diretamente.
Ja repararam que os vicios em comida nao costumam ser ligados a comidas saudaveis? Ainda nao vi um unico caso do viciado em comida atacar um bom prato de salada ou frutas. Fico a pensar: sera que a qualidade – ou a falta dela – nao eh o gatilho ou o fator a perpetuar o vicio?
Concordo com a Katia…faltou nessa materia (e talvez na propria pesquisa, não sei) avaliar ingredientes dos produtos industrializados (infelizmente a base da alimentação da maioria da população) para compara o potencial “viciante” de algum alimentos.
Só me preocupei um pouco quando me vi na frase: “Amam comer e passam o dia planejando suas próximas escolhas de comida…” :-o
Katia concordo contigo, para mim os alimentos industrializados devem ter algo que fazem com que nos apetece comer mais e mais…..
Pat as melhoras para si.
isso é culpa deste clima louco que tem feito em todo mundo, aqui na alemanha num dia pode estar 29 graus n outro estao 13 graus uma chuva e vento gelados, ninguem entende.
Sim, esse pesadelo é real infelizmente. Pergunte ao seu marido sobre binge eating disorder.
Existem vários psiquiatras e psicólogos que trabalham com essa questão do vício em comida.
Digo isso porque sou uma delas, tenho compulsão alimentar diagnosticada.
É muito fácil um pesquisador ficar falando que não existe quando ele não o sente na pele.
Eu discordo em parte, da katia e da odete, pois conheço pessoas compulsivas, bem proximas, que comem 5 laranjas, 10 pessegos, enfim, muita fruta, muita salada, tipo uma bacia grande de salada, mais de meio quilo de carne, quase nada de industrializado e tem problema de obesidade (com diabetes) e compulsividade (não só come demais como trabalha demais e compra demais).
Eu sou viciada em chocolate:(
E quando fico 1 dia sem comer nada açucarado me dá uma leve crise de abstinÊncia.
Pat, você podia fazer um artigo dando idéias que substituam bem esse vício.
Lógico que aqui no seu site já tem muitas idéias que eu estou aos poucos pondo em prática, mas um post apenas sobre isso seria bem legal.
Ou você já fez e eu não vi?
Vou lá procurar.
Carolina, idéia anotada! Vou pensar num jeito gostso de escrever sobre isso!
Pessoal, a minha duvida e outra..
Ja teve epocas em que comi demais, um circulo vicioso, mais, o problema real era baixa autoestima, melhorei, e tudo voltou aos eixos, a alimentação sofreu uma modificação radical, eu ja não comia porque estava triste, e sim porque e uma necessidade vital.
A minha pergunta, sera que por tras de essa compulsão que as pessoas falam não tem outros sentimentos querendo ser escondidos?
Não estão jogando encima dos problemas um veu? neste caso se da maior importancia a comida e não se resolven os assuntos pendentes?
Falo por experiencia propria , a vezes estamos tristes e é mais facil afogarnos em uma barra de chocolate, que solucionar o problema que causa a tristeza…