Há alguns meses atrás, num surto de animação exagerada comprei um pato inteiro no supermercado e cheguei em casa doida para prepará-lo assado, cheio de temperinhos. Cheguei em casa, comentei a idéia com meu marido e levei o maior “banho de água fria”!!! Ele falou que nem adiantava eu tentar, que meu pato ficaria duro e intragável, que para se fazer um pato é necessário saber muito bem como fazer. Falou que mesmo se eu fizesse, nem ía querer provar, porque ele gosta mesmo é do confit de pato que costumamos comer no restaurante Julia Gastronomia, da nossa querida amiga Anayde.
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Nem preciso dizer que depois dessa larguei o pobre do pato no freezer e lá ele ficou por uns bons 6 meses, totalmente esquecido. Eu via ele ali escondido no fundo da prateleira vez ou outra, quando abria o freezer por alguma outra razão, mas desanimei completamente de pesquisar uma receita e prepará-lo. Eu já tinha ouvido mesmo falar que pato não é das coisas mais fáceis de se preparar, mas eu queria pelo menos ter tido uma forcinha para tentar, nem que a gente tivesse que largar tudo em casa e ir comer fora, caso não desse certo…
Eis que essa semana precisei esvaziar o freezer para uma limpeza geral, olhei para o pato e resolvi que era hora de encarar o desafio. Tirei a embalagem do freezer na 4a. feira e deixei na geladeira, descongelando aos poucos. Na 6a. feira a noite coloquei o pato numa marinada inventada da minha cabeça e hoje assei para o almoço.
Meu marido quando soube do cardápio (ele só soube em cima da hora, hehe) ficou super pessimista e já começou a pensar no churrasquinho aqui perto de casa ou numa bela macarronada (ok, eu também tive medo de dar errado e comprei um pacote de macarrão dos bons).
A boa notícia é que o pato ficou delicioso: muito macio, muito saboroso e suculento!!!! A receita, hiper simples, segue publicada para vocês! Da forma que eu servi, só o pato com batatinhas assadas em sua própria gordura, o pato deu para meu marido, meu irmão, meu filho e eu comermos – rende bem pouco. Com mais acompanhamentos eu acredito que o prato sirva bem umas 4 ou 5 pessoas..
Ingredientes:
1 pato inteiro, com pele e tudo
suco de 3 laranjas
1 xícara de whisky (eu normalmente uso um vinho branco simples para marinar aves, mas não tinha nenhum vinho em casa e acho que não colocar bebida alcoólica nessas marinadas faz com que fique faltando “alguma coisa” no sabor final do prato)
1 cebola grande finamente picada
1 dente de alho finamente picado
1 colher de sopa de açafrão da terra em pó
sal e pimenta do reino moída na hora à gosto
Para depois:
1 kg de mini batatinhas orgânicas (eu recomendo fortemente que sejam orgânicas porque a minha sugestão é usá-las com casca)
1 a 2 colheres de sopa de tomilho desidratado
Modo de Preparo:
Descongele o pato e transfira-o para um recipiente grande e fundo.
Prepare a marinada no recipiente onde está o pato juntando o suco de laranja, o whisky (ou vinho branco seco ou conhaque, o que tiver mais fácil em casa), cebola, alho, açafrão, sal e pimenta.
Deixe o pato descansar na marinada por 24 a 36 horas na geladeira, virando-o por uma ou duas vezes.
Na hora de assar é que eu acho que descobri o grande segredo. Aprendi desde criança, obrservando minha avó e minha mãe, que ao assar aves grandes o ideal era embrulhá-las em papel alumínio, assar por um período longo para que cozinhassem bem e só então retirar o papel alumínio para que dourassem. Durante um bom tempo usei o mesmo método, com papel alumínio, e sempre tive muito sucesso, mas desde que comecei a pesquisar sobre alimentação e utensílios saudáveis, comecei a ficar desanimada com a idéia de usar alumínio…
Fui usando até o dia em que ganhei do meu marido um lindo jogo de panelas de ferro com revestimento vitro-cerâmico. As panelas não precisavam ser mais nada, porque já são lindas de morrer, mas além de lindas são extremamente versáteis. Tampadas, elas podem ir ao forno com exatamente a mesma função do papel alumínio, com a diferença (para melhor) que o espaço livre na panela forma um vapor quente que ajuda as carnes a ficarem extremamente macias – já testei com galinha caipira, dura de doer, o resultado foi fantástico!).
Então foi no panelão de ferro vermelho e grandão que eu assei o pato hoje…
Pré-aqueça o forno – temperatura média (180 graus)
Transfira o pato para sua panela de ferro (eu acho que qualquer panelão de ferro serve, desde que tenha tampa, e se você não tiver, use o papel alumínio, sem medo de ser feliz), sem a marinada, e acrescente 1/2 xícara de água filtrada no fundo.
Tampe e leve ao forno por aproximadamente 2 horas.
Abra o forno, tire a panela e destampe. Junte as batatinhas e o tomilho na panela, salpique um pouco de sal sobre as batatas e volte ao forno – dessa vez mais forte – por mais cerca de uma hora, ou até que as batatinhas estejam bem cozidas e douradas, assim como a pele do pato, que deve estar dourada.
Eu servi esse panelão como prato único, mas uma salada verde acompanharia muito bem, ou um arroz branco simples ou com passas e, sem as batatas, um simples fetuccine na manteiga.
Com a carcaça do pato que sobrou na panela estou preparando um bom caldo de pato, que promete ficar delicioso. Como a panela era bem grande, completei com água filtrada até o topo e vou deixar cozinhar no fogo mínimo até amanhã cedo. Depois vou coar, resfriar, separar a gordura (que será usada em mil outras gostosuras) e congelar o caldo – deve render uns 4 ou 5 litros.
a carne dura quanto tempo no freezer?
A carne de pato? O meu ficou guardado lá uns 6 meses – freezer que é só freezer, daqueles que gela bem!
Pat fiquei curiosa em relação às panelas… qual é a marca delas?
Staub, francesas.
Seu marido deve ser um pe no saco!!!
Ja a receita parece deliciosa. Vou tentar.
Beijos
Carolina, meu marido é legal!!! Mas ele e exigente com o que come, isso não posso negar…
Querida Pat,
Sou novata por aqui. Descobri seu blog por acaso, enquanto pesquisava algumas maneiras de me alimentar e a minha família de forma mais saudável, até que achei este verdadeiro tesouro! Seus blog é muito bom! Parabéns pelo seu desprendimento, preocupaçâo e dedicação aos seus leitores. Não é todo mundo que se propõe a atitudes como a sua. Bem, moro literalmente na Floresta Amazônica, numa pequena cidade no estado do Pará e por aqui, TUDO é mais difícil. Tenho muitas dúvidas e muitas perguntas pra fazer a você, mas vou por partes e espero que você possa respondê-las. Não gostamos de pato, apesar das pessoas por aqui adorarem o famoso “pato no tucupi” e gostaria de saber sobre o yogurte natural. O leite pasteurizado foi super difícil de achar e o fermento probiótico nem se fala. Este de pacotinho que você fala é aquele, daquela marca famosa que mostra na TV? Será que é confiável comprá-lo pela net? Eu fiz com yogurte natural de copinho mas ficou muito ralo e as crianças não gostaram. Se eu usar o de pacotinho ficará mais firme e consistente? Um grande abraço e obrigada.
Sheila, você mora no paraíso, pode usar e abusar dos produtos locais: frutas, peixes de rio, etc!! Quanto ao iogurte, eu uso o BioRich, é esse que você vê pela televisão? Como aí é muito quente, diminua o tempo de fermentação – acho que umas 4 ou 5 horas devem bastar – assim se forma menos soro e o iogurte fica mais grossinho.
Seja bem vinda ao Crianças na Cozinha!
Oi, Pat, o fermento que vejo na TV é o BioRich sim. Acho que vou comprá-lo pela internet. Enquanto não chega, vou tentar fazer o iogurte novamente, seguindo suas dicas pra ver se fica mais durinho. Quanto ao “PARAÍSO”, até seria se as coisas produzidas por aqui fossem mais artesanais, porém, tudo que chega é industrializado. É uma pena, mas vou tentar fazer comidinhas mais naturais possíveis. Obrigada e até à proxima!!
Olá Pat, pesquisando curso de culinária para meu filho que esta muito interessado, encontrei seu site e achei tudo muito legal. Você me parece uma pessoa muito delicada e acessível. Só tem que aqui no Rio de Janeiro parece que as crianças não transitam na “área da cozinha” nunca tem nada a respeiro. Vc conhece algum curso aqui no RJ? Adorei a receita do pato vou testa-la. Meu marido diz extamente o mesmo que o seu disse a respeito do pato, feito em casa.
Bjcas, Paula
Ola Pat,
Estou a preparar meu pato para o almoço de hoje – como acompanhamento farei um purê de maçã. Li e reli sua receita reiteradas vezes mas o marinado de fato fica excluído do asssado. Por que ele é desprezado?
A marinada eu cozinho numa panelinha separada, para ser o molho que acompanha o pato. Será que não falei na receita?
Disse não, mas traçamos a ave até só sobrar uma pilha de ossos. De fato pato rende muito pouco – prefiro cantarolar a música de João Gilberto.
O Pato
Vinha cantando alegremente
Quém! Quém!
Quando um Marreco
Sorridente pediu
Prá entrar também no samba
No samba, no samba…
Faça o melhor caldo da tua vida com a pilha de ossos que sobra!!
PAT querida! eu nunca comi pato…Mas olhando o seu me deu uma vontade!!! Vc compra inteiro? O que faz comos miudos? Fiquei muiiiito curiosa! Este teu site é uma caixinha de jóias…Obrigado
eu compro inteiro sim, e vem com os miudos, que ou eu uso depois no caldo, ou nas papinhas do bebe ou fara fazer uma incrível farofa com miudos. bom demais.
[…] belo dia eu assei um pato, do meu jeito, e eu já publiquei a receita AQUI: Pato Assado à Minha Moda. Ficou super saboroso, super macio e eu venci o desafio de preparar um […]
Pat, muito obrigada por compartilhar sua ideia e facilitar tanto a vida da gente!!! Eu nunca fiz pato na vida, nem me lembro se tinha comido alguma vez (com certeza não em casa, minha mãe nunca fez!), e do seu jeito pareceu tão fácil, tão óbvio, nem imagino como outras pessoas fazem! Ficou perfeito, macio, saboroso, molhadinho e dourado! Meu tempero foi diferente e coloquei cenouras cortadas em pedaços bem grandes, e ficou incrível também. Muito obrigada mesmo!
Bem… Pat eu já fiz pato mutas vezes, e todos aqui em casa, lambem os beiços, não sobra nada, juro vai tudo de uma vez só kk… Bem gostaria muito de ter visto a cara do seu marido, depois de ter comido seu pato, que ele tanto desmereceu, seu talento em pato… Eu verdadeiramente queria ter olhado para ele, e mostrado a linguá para ele… E iria olhá – lo com cara de desdém, :)
e falaria: Cuidado para não se empanturrar muito, olha o pecado da gula, para quem não acreditou em mim, você é o único que que deve tomar cuidado, o pato pode estar ruim como você literalmente me desmereceu… Claro que eu não iri falar isso né, seria outra coisa… Ficam ai na memória de quem ler…ahaha… AICOMOSOUBANDIDA…
Bom ontem por acaso eu comprei um pato, esta descongelado e vou preparar sua receita. Bjkas em você…
Bom, vim só para agradecer, pois fiz o pato e ficou excelente!!!
eu espero que seu marido tenha mordido a língua por duvidar de vc e da sua capacidade de cozinhar!Mas espero que o pato tenha ficado bem gostoso!!Minha mãe vai preparar um pato assado com batatas,como o seu,mas o acompanhamento será um salpicão bem gostoso que fazemos no Reveillon!!!Feliz Natal para você e os seus…
kkkkk Laura, ele mordeu a língua sim!!!!
Ola Pat
Eu pretendo fazer esse pato esse fim de semana,mas tenho duvida quanto ao sal.Como ele fica marinando muitas horas,tenho medo de errar,quanto vc costuma colocar de sal?O meu pato tem 1,900 kg.Eu uso o mesmo sal que vc,o Guerande.Eu sei que sal eh muito de gosto,mas eh so pra ter uma nocao.Obrigada,adoro seu site!
Paula, eu nunca medi com muita exatidão, coloco meio a olho, mas uso em torno de uma colher de sopa de sal. Depois vem me contar o resultado!
Gostaria de tirar uma dúvida… se eu cortar o pato e colocar seus pedaços para assaar no forno, ele vai ficar duro?
Olá Pat…sobre o caldo do marreco…devo seguir as orientações dos demais caldos como colocar cenouras, salsão, alho poró? Ou VC disse que só completou a panela com água e dá-lhe fogo baixo é isso???
Eu sugiro completar com salsão e/ou alho poró, cebolas e cenouras sim. Fica mais saboroso!
Pat, vc não contou qual foi a reação do seu marido ???.
E, adorei saber que você não desanimou. Parabéns!!! Deve ter ficado uma delicia. hummm
Ele AMOU o pato, agora faço sempre!!!!