Epidemia de alergias?

Para mim tem sido muito legal e muito gratificante fazer o site Crianças na Cozinha, com atualizações praticamente diárias, mais de 5 mil visitas por dia TODOS OS DIAS, muitos comentários e e-mails. Estou contente de verdade com o carinho e a participação de todos.

Mas um assunto tem se repetido constantemente em muitas mensagens e comentários: as alergias. Cada dia mais eu fico sabendo de bebês, crianças e até adultos sofrendo dos mais variados tipos de alergias, e outro dia desses comecei a pensar em escrever alguma coisa sobre isso por aqui.

Segundo algumas fontes, as hospitalizações por conta de alergias alimentares tiveram um aumento de 400% nos últimos 15 anos. Internações por alergias ainda mais graves chegaram a crescer 600% no mesmo período, e a prescrição de antialérgicos também vem aumentando.

O que será que aconteceu nos últimos 15 anos para que tanta gente tenha ficado alérgica??

As alergias, além de tremendamente desagradáveis, estressam nosso sistema imunológico desnecessariamente, e um sistem imunológico estressado, cansado, com o tempo começa a “falhar”, começa a “bagunçar”, daí as maiores chances de ficarmos doentes por qualquer coisa e, em casos mais graves, desenvolvermos doenças crônicas e/ou degenerativas.

Mas volto a fazer a pergunta: o que anda acontecendo com nosso organismo ou com o meio em que vivemos para que ocorram tantas alergias?

Pensem um pouco comigo, vamos usar a lógica e o bom senso:

Há muito milhões de anos o nosso organismo, a espécie humana vem evoluindo. Assim como todos animais da terra, nós seres humanos, em princípio nômades, nos alimentamos sempre com carnes caçadas, frutas da época, verduras, raízes, peixes e o que mais encontrássemos pelo caminho – e não o que estivesse embaladinho e pronto no supermercado mais próximo.

Com o passar do tempo os seres humanos começaram a se organizar, começaram a se estabilizar por mais tempo em alguns lugares, começaram a domesticar e criar animais, começaram a plantar, cozinhar. O princípio das sociedades como vemos hoje. Mas naquela época ainda as plantações estavam sujeitas às condições naturais do solo, às condições climáticas de cada estação do ano, etc. Não existia irrigação, não existia estufa, pesticidas, as semeaduras e colheitas eram manuais, etc

Mais algum bom tempo se passou e veio a Revolução Industrial. Com ela – um grande progresso – vieram as máquinas, um aumento da população mundial, o crescimento da vida urbana e com isso a necessidade de transportar alimentos por maior tempo, para distâncias maiores.

Estuda daqui, estuda dali, mais tempo se passa, e o homem começou a achar que podia “brincar de Deus” e controlar a falta de chuva com irrigação, a falta de sol com luz artificial, as pragas nas plantações com venenos, a durabilidade de produtos perecíveis com conservantes, a cor dos alimentos com corantes, o sabor (ou a falta dele) dos alimentos com flavorizantes, etc.

Mas será que o no sso organismo, moldado e programado ao longo de tantos milhões de anos para viver com o que a natureza nos oferece de bom, está preparado para receber de uma vez tantos produtos “estranhos” de uma vez só?

Nos nossos milhões de anos de evolução, não conhecíamos bolachas, sabores artificiais, corantes, conservantes, pesticidas, flavorizantes, microondas, glutmatos monossódico e outrs realçadores de sabor, xenoestrógenos, farináceos refinados, grãos refinados e desnaturados, leites pasteurizados e de alta durabilidade.

Durante a nossa evolução nós conhecímamos sim frutas silvestres, verduras achadas pelo caminho e no máximo plantadas no quintal de casa, regadas com a água da chuva ou no máxio a água do rio límpido que passava ali por perto. Consumíamos carnes de animais que corriam soltos por aí e num golpe de azar eram caçados pelo homem. Como isso não era tarefa das mais fáceis, o animal era completamente aproveitado e a quantidade consumida por cada um era modesta. Não tinha esse exagero todo. Os queijos eram feitos artesanalmente. O leite fresco não consumido na hora era fermentado, virava iogurte e só assim durava mais tempo. algumas verduras e legumes podiam ser naturalmente fermentados para quedurasem mais tempo e fossem de mais fácil digestão.

Os antigos não tinham computadores, microscópios e grandes laboratórios, mas eram grandes observadores da natureza e dos indivíduos e e daí que vem toda a sabedoria, a mais preciosa sabedoria.

Eu sinceramente não acho que estejamos todos nós, e principalmente nossos filhos, nascendo com um “defeito de fabricação” tão grande, que nos faça ter alergia de tudo com tanta facilidade. O que eu acho, e já tive provas reais disso, é que nosso meio ambiente enlouqueceu! Muita poluição, muita química, e muito processamento industrial à nossa volta confundem o organismo e levam às alergias.

O assunto é muito complexo, mas eu vou dar aqui uma dica que eu já dei para muitas pessoas em meio a bate papos e que funcionou maravilhosamente bem contra as alergias. Não é nenhum milagre, não é remédio e nem nada muito difícil. A minha dica é: reaproxime-se da natureza!

Respeite os ciclos da naureza: dia/noite, inverno/verão, calor/frio, chuva/seca, claro/escuro, etc.

Alimente-se com o que a natureza oferece: frutas de época (o ideal é que sejam orgânicas, mas só de serem frutas, ao invés de bolachas ou balas, você já está fazendo um bom negócio!), ovos caipiras, iogurte natural integral (se você quiser sabor no iogurte, bata em casa com frutas), caldos caseiros, óleos e gorduras naurais, queijos o mas artesanais possíveis.

Fique longe de produtos altamente processados, tais como farinhas brancas e derivados, margarinas, óleos refinados (como o de soja, canola, algodão, milho), bolachas, chocolates, pirulitos, balas, etc.

Evite produtos à base de soja, leites altamente pasteurizados ou em pó, evite farináceos, meios os integrais, que não foram naturalmente fermentados. Evite os produtos transgênicos – geneticamente modificados – a ciência ainda não tem estudos suficientes para provar que sejam inócuos (e eu particularmente, duvido que sejam)

Consuma muitos probióticos – aqueles produtos que possuem as “bactérias boazinhas”, como iogurte natural, kefir e conservas lactofermentadas.

Viva mais ao ar livre, deixe seu filho andar descalço, se sujar, criar imunidade naturalmente. Engraçado como o povo hoje em dia não tem medo de dar pirulito repleto de química, mas se apavora se o filho suja a mão de terra numa brincadeira!

Evite totalmente o consumo de gorduras trans – elas aumentam as chances de alergias.

Tenha como obrigação os momentos de lazer e relaxamento. Muito stress causa e piora as alergias. Isso serve para todas as idades!

Tem muita química espalhada no nosso ambiente. De algumas é mais difícil ficar livre, como a poluição do ar, mas onde dá, temos que minimizar o contato ao máximo se quisermos viver mais saudáveis.