Eu não me canso de falar que para termos uma boa alimentação, variada e saudável de verdade, o primeiro passo é ficar longe de latas, caixas e pacotes, enfim, de produtos alimentícios em geral. Eles são todos repletos de corantes, conservantes, flavorizantes, gorduras oxidadas e outros tantos aditivos artificiais dos quais o nosso organismo definitivamente não precisa.
E o pior sobre eles, na minha opinião, é que muitos são apresentados de tal forma a nos fazer acreditar que são naturais e saudáveis! Eu mesmo me enganei durante algum tempo, quando achava que aquele pão integral do meu lanche ou café da manhã era realmente integral e natural, livre de gorduras trans… Como me enganei!!!
O site The Daily Green listou os 9 principais enganos que se vê atualmente nos rótulos de produtos alimentícios industrializados. Identifique-os e fique longe deles. Comida saudável e gostosa de verdade não precisa de rótulos. A natureza não precisa de rótulos! Hoje em dia ler o rótulo não é suficiente. O ideal é que o seu alimentos, comida de verdade, não necessite de rótulos para serem lidos!
- Preparado com Grãos Integrais: farinha de trigo não branqueada – porém já refinada – ainda é o principal ingredientes desses produtos, mas a farinha integral provavelmente aparecerá entre os últimos ingredientes da lista, indicando que sua quantidade no produto é minúscula. Uma outra certeza é a de que mesmo aquela peqeuna quantidade de farinha integral usada – o suficiente apenas para dar “cor de pão integral” ao produto, não foi tratada como se deve (CLIQUE AQUI para saber como tratar adequadamnte as farinhas integrais antes de consumi-las).
- Ingredientes: Aprendi que a ordem em que os ingredientes são listados nos rótulos de produtos alimentícios indica em que quantidade ele aparece. O primeiro ingredinete da lista é o de maior porcentagem utilizado em seu preparo e o último ingredinete da lista é aquele usado em menor quantidade. Mesmo que o primeiro ingrediente da lista não seja claramente o açúcar,, pode estar certo de que, memso assim, o produto contém mais açúcar do que você imagina ou do que está claramente descrito no rótulo. Como isso é possível?Apenas some ao açúcar outros nomes que lhe é dado: xarope de milho, xarope de milho invertido, xarope de milho com alta concentração de frutose, frutose, suco de uvas concentrado, etc. Que tal?
- “Por Porção”: Numa garrafa de 500mL de refrigerantes há oficialmente 2,5 “porções”. Os ingredientes em geral vem descritos por porção, tipo “100 calorias por porção”, mesmo sabendo que você tomará a garrafa inteira, equivalente a 240 calorias, seus olhos e sua mente se enganam ao ler 100 calorias. Este é apenas um exemplo, mas se você já acompanha o site Crianças na Cozinha há algum tempo, imagino que tenha eliminado os refrigerantes da sua vida e da vida da sua família. É a melhor medida!
- Ômega 3: A maioria de nós já sabe ou ouviu falar sobre o quanto o ômega 3 é saudável, mas isso não significa que um produto com adição de ômega 3 também será saudável. Os órgãos regladores permitem a adição de ômega 3 nos alimentos industrializados porque ele é reconhecidamente protetor de doenças coronarianas entre outros males. O que as embalagens não contam é que o ômega 3 é um óleo extremamete DELICADO, que se oxida quas que imediatamente após a sua extração. A maioria de nós sabe o quanto óleos oxidados, rançosos, são prejudiciais à saúde! E a natureza nos oferece ômega 3 em fontes deliciosas: carnes, leite e derivados provenientes de animais criados soltos, ovos de galinha caipira, peixes, etc, que jamais devem ser aquecidos demais ou muito menos fritos, caso contrário, adivinhem! O ômega 3 se oxida, não presta, faz mal à saúde!
- Preparado com Frutas de Verdade: Normalmente a única coisa verdadeira que há nessa afirmação é a concentração de fruta, que é reduzida até tornar-se uma massa absolutamente concentrada e deficiente em nutrientes e riquíssima em frutose, que mesmo sendo um açúcar presente naturalmente nas frutas, se torna prejudicial quando usado desta forma altamente concentrada. Se você está com vontade de comer um doce – e isso acontece de vez em quando com qualquer mortal – compre doce de verdade e se delicie com ele. Só não abuse e nem faça disso um hábito.
- Livre de Gorduras Trans/Hidrogenadas: Essa é uma afirmação ótima para disfarçar outra – “Faz mal ao coração” – Produtos alimentícios que continham gorduras oxidadas, continuam sendo produtos contendo gorduras oxidadas, não importa por que método elas sejam oxidadas. Se você ler no rótulo algo como “gordura vegetal”, “gordura interesterificada” (ou coisa do tipo), pode estar certa de que a gordura que está lá não é coisa boa. Alguns produtos alimentícios passaram a adotar o óleo de palma, que a princípio é bm melhor do que todas as outras gorduras vegetais, mas ianda assim, prefiro não confiar. Não sei o tratamento que a indústria dá a esses óleos nem como os armazena…
- Ovos de Galinha Caipira (do inglês, “free range eggs”): Quando se fala em galinha caipira, você logo pensa naquelas galinhas do sítio da vovó, criadas no quintal, ciscando qualquer coisa que viam pela frente e botando ovos com gemas quase vermelhas, de sabor forte e apetitoso (pelo menos eu adoro). Não se engane! A maioria das marcas que se dizem “caipiras” apenas oferecem o “grande luxo” de cinco minutos, no máximo uma ou duas horas, por dia ao ar livre para suas galinhas!! Tem até marca de frango se dizendo ecológica e ganhando erroneamente o título de “orgânica” porque diz que não dá hormônios e antibióticos. Ok, não deve dar mesmo, essa é a lei, mas cria seus animais em confinamento, o que é verdadeiramente péssimo! (CLIQUE AQUI e leia mais sobre as galinhas)
- Contém Fibras: As fibras anunciadas em muitos produtos industrializados não passam de “pós purificados”, chamados de inulina, polidextrose e maltodextrina. Essas fibras isoladas e totalmente artificiais não parecem baixar colesterol ou níveis de açucar no sangue, como as fibras naturais parecem conseguir. Humm, comer uma fruta fresquinha, com nome facilmente pronunciável, é tão mais gostoso!!
- Parece Remédio!: Os órgãos reguladores permitem que alguns produtos alimentícios contenham chamadas qualificando-os como saudáveis de alguma forma, devido a alguns nutrientes (normalmente artificiais) que contém. Mas os marketeiros fizeram disso um grande negócio, e agora as pessoas comprar produtos alimentícios para se curar “disso ou daquilo”. Eles não podem dizer que o produto “ajuda a reduzir o risco de problemas no coração”, mas podem, dentro da regulamentação, dizer que aquele produto “ajuda a manter a saúde do coração”, o que na cabeça de um leigo, dá no mesmo. E isso não é tudo! Patrocinando congressos e encontros médicos, as indústrias alimentícias ainda ganham, “de brinde”, selos de aprovação de associações médicas tidas como sérias. Será que são sérias a esse ponto? (CLIQUE AQUI e leia um pouco mais a respeito dessa polêmica)
Adorei o artigo Pat!
A verdadeira mudança acontece quando nos habituamos a ler o rótulo e a compreender o que está escrito ali. Pior é que dá até medo, né?! rsrs
Como tuitei, precisamos lembrar de que o fato de um produto ser orgânico não garante que esteja livre de aditivos químicos! É importante ler também o rótulo dos produtos orgânicos e conhecer o porcentual real de matéria prima orgânica.
Já vi geleia “orgânica” com açúcar orgânico e fruta “não-orgânica”, vê se pode?!
Cada uma!!!
Parabéns pelo excelente artigo. Vou linkar!!!
Beijo grnade!
Pérola, produtos alimentícios são produtos alimentícios, e não comida de verdade, sejam eles orgânicos ou não!!! Mais do que acostumar a ler os rótulos, precisamos aprender a viver e cozinhar com alimentos de verdade, alimentos que dispensam qualquer rótulo!!
Estou terminando a leitura do “Comida de Verdade” da Nina Plank, e confesso que está dando um nó na minha cabeça. Adoro salmão mas são criados em fazendas lá pelas bandas do Pacífico, alimentados com ração e corante para a carne ficar mais rosinha. Adoro porquinhos, mas no Brasil eles são criados confinados e comendo ração, que por sua vez foi cultivada com sementes geneticamente modificadas e bombardeadas com agrotóxicos.
Ainda não comecei a leitura do Nutrition and Physical Degeneration, mas com certeza ficarei com os cabelos da nuca arrepiadíssimos.
Eu fiquei de cabelo em pé nas minhas primeiras leituras também!!! E fiquei indignada em me dar conta do quando vinha sendo enganada!!
Parabéns, Pat.
Muito bom o artigo. Já o repassei para vários amigos meus. Com orgulho sou sua seguidora; suas dicas são maravilhosas.
A esmagadora maioria das pessoas ainda vive enganada pelo apelo comercial. Tenho procurado fazer a minha parte e disseminar os verdadeiros conceitos de alimentação saudável aos que me rodeiam.
Saiba que você é uma pessoa super especial; suas informações e receitas são realmente extraordinárias.
Um abraço.
Pat, sou sua fã e vc sabe disso, mas cada vez que eu leio um artigo desses eu fico pensando como vou me livrar dessas coisas? Como vou ter certeza disso? Sabe? Eu tenho comprado, depois que te conheci, frutas e verduras (ditas) orgânicas e frango e ovos (ditos) caipira… daí qdo vc diz que nem nisso a gente pode confiar, eu faço o quê? Eu vou ter de ir na granja ou na horta de quem tá me vandendo e ver a água que estão usando p/ regar, o tipo de adubo, a comida que dão pros bichinhos???? Algumas coisas são inviáveis, concorda? Estamos a mercê deles… ou a gente confia ou a gente vende tudo e compra uma fazenda e só come o que for produzido lá…um sonho, mas é só um sonho…:-D
Juro! Eu fico angustiada com essas coisas que vc escreve… como me livrar da angustia?
Eu ainda tô esperando uma receitinha de bolo de milho, tá?
Beijocas p/ vc e para o bebê!
Carla, eu sempre gostei de confiar em rótulos, selos e certificados – esses que confirmam que um alimento é orgânico, por exemplo. Infelizmente eu descobri que nem sempre dá pra confiar 100% como deveria ser ou como eu gostaria, mas também não podemos nos tornar infelizes por isso, é claro!
Aqui em São Paulo eu descobri a feira de produtores orgânicos do Parque Água Branca e com ou sem certificados (apesar de todos o teem), o legal é poder conversar com os produtores diretamente, tirar dúvidas, confiar mesmo. É legal observar as épocas dos alimentos todos – não só frutas e verduras, mas até leite e ovos por exemplo são mais fartos e certas épocas e menos em outras. Quando vou a Santa Catarina é mais ou menos a mesma coisa São produtores locais, nenhum com certificação orgânica, mas todos presentes, a fim de conversar e oferecendo produtos totalmente artesanais, de fundo de quintal, no melhor sentido da expressão.
Massssss, eu não fico neurótica com isso não!!! Eu vou ao sacolão do bairro e compro frutas e verduras de fontes menos confiáveis e “seja o que Deus quiser”. Se o ovo fa feira naquela semana foi pouco, eu como menos ovos. Eu procuro vairar de acordo com o que acho. Se vou ao supermercado, sem opção de comprar fresco do produtor, vou preferir a embalagem onde está escrito ovos caipiras, com ovos de carca marrom e tons irregulares, doque aquele ovo brando e desbotado de granja. Ao invés do leite de caixinha, compro o iogurte industrializado. Nem sempre dá pra ter o perfeito – assim, só a gente mudando de vida mesmo, como você disse, vende tudo, ocmpra uma fazenda e produz tudo o que quer comer! Mas o importante é ter consciência, saber o que é o melhor e tentar se aproximar o máximo possível disso!
Não se martirize!
Ah, e a receita do bolo de milho ainda vai ter que esperar uns meses, minha casa está de pernas para o ar com a reforma!! Inspiração zero para novas receitas! E a cozinha entra na “farra” da reforma em poucos dias, aí sim eu vou ter que “rebolar” pra comer em casa!!!
Nossa, Patt. Vocè segue tudo direitinho? Não dá para fazer mais nada na vida, a não ser olhar os alimentos, ler rótulos e ficar louca no final.
Antigamente as pessoas viviam tão pouco e só comiam naturalmente. Vc não acha que vc exagera um pouco?
Ivete, eu tenho certeza de que não exagero nem um pouco! Na verdade eu faço exatamente como os antigos faziam: não olho rótulos porque simplesmente evito comprar alimentos com rótulos!! Eu como naturalmente e com muito prazer!!! A minha rotina alimentar tem com fartura tudo o que tinha nas mesas de antigamente: leite fresco, ovos, queijos, carnes, peixes, aves, saladas, pães caseiros, frutas, verduras e legumes. Você não imagina como dá pra comer com prazer e com muita variedade comendo só comida de verdade!
E a propósito, prefiro ler rótulos de produtos alimentícios do que bulas de remédios!
Pat, o leite “Fazenda”, é melhor que o de caixinha ou em pó?
Bruna, leites comerciais são todos a mesma coisa, só muda a embalagem!
Obrigada Pat por essas importantes informaões, vou repasá-las para a minha nora para tratar melhor da minha netinha.
Valeu!
Luzia
Eu tb já encontrei embalagens dizendo “livre de gorduras trans por porção”, mas o pacote dava mais de duas porções, e lendo os ingredientes, vc encontrava escrito “gordura vegetal hidrogenada” … pode? Ainda bem que nós consumidores estamos prestando mais atenção aos rótulos. O que eu digo ao meu marido é: “não podemos comer aquilo que não entendemos o que é”, e eu não acho que seja exagero ..
Por senão Pat, há tempo que eu não escrevia um post … parabéns pela gravidéz :)
Abraços
Iv.
Pat, adorei o texto. Eu também desconfio de tudo.
Sabe, você disse que leites comerciais são todos iguais, mas noto diferença de sabor entre leite de caixinha e aquele leite de padaria, que tem validade de um dia. Qual é pior?
Moro bem longe da Água Branca, na zona leste de SP, e não é fácil encontrar alimentos orgânicos por aqui, infelizmente. Mas faço feira semanalmente.
Gente! Eu estou maravilhada com todo que vejo aqui.Seja artigos ou receitas. Sou Naturopata e enfermeira, moro em Aracaju. Tenho enorme prazer de fazer parte desta roda de amigos.
Abraço à todos.
RT @PatFeldman: 9 Enganos nos Rótulos de Produtos Alimentícios http://bit.ly/ad44UT
RT @PatFeldman: 9 Enganos nos Rótulos de Produtos Alimentícios http://bit.ly/ad44UT