ARTIGOS Gravidez

Geração Infértil

Picture 3Estava lendo a minha revista Vogue desde mês de setembro (edição 349) quando me deparei com esse artigo interessantíssimo sobre o quanto estamos nos afundando cada dia mais num mar de produtos químicos – na maioria das vezes não tão inocentes quanto nos querem fazer acreditar…

O artigo reproduz muito do que eu penso, muito do que eu pesquiso e acredito.

Acho também que esse artigo complementa muito bem um outro que já publiquei aqui,sobre alguns produtos químicos muito presentes no nosso mundo moderno.

Quem quiser, pode ler o artigo CLICANDO AQUI.

 

Reproduzo o artigo a seguir:

 

Por Robert Sullivan

 

Você não quer parecer paranóica. Não quer que seus amigos te achem louca. Mas lá está você pilhando o banheiro, lendo o verso de loções faciais e de xampus, examinando a longa lista de ingredientes. A conclusão óbvia é que sua vida foi invadida por substâncias químicas. Pior, você percebe que não há quase nada que possa fazer a respeito. Ainda que decida ignorar as suspeitas sobre o perigo dos desodorantes – até porque a principal acusação que paira sobre ele é de estar associado a distúrbios reprodutivos masculinos – , não há como não entrar em pânico com as suspeitas que rondam as garrafinhas de água mineral. Você ouviu – e aprendeu – que beber muita água é fundamental para a saúde, tanto que não sai de casa sem uma garrafa na bolsa. Aí descobre que uma exposição de longo prazo às substâncias químicas presentes no plástico pode alterar o ciclo menstrual – e fica num dilema: desiste da água ou corre o risco de eventualmente entrar em menopausa precoce?

 

Mesmo que tente ignorar a quantidade de substâncias químicas que resppiramos, ingerimos e absorvemos, é humanamente impossível evitar uma certa paranóia. Porque qualquer pessoa minimamente bem informada sabe hoje que o futuro da espécie depende não apenas de comprarmos morangos orgânicos ou levarmos uma sacola de lona ao mercado. A fertilidade de nossos filhos (e até a nossa) depende de mudanças urgentes, no meio ambiente e dentro de casa. Como já é amplamente sabido, mulheres com 30 e tantos ou 40 anos estão tendo mais e mais dificuldades para engravidar. Parte do problema pode ser atribuído ao timing, ao fato de muita gente adiar a gravidez para depois dos 30 e muitos. Mas, segundo especialistas em reprodução, mulheres na casa dos 20 anos têm maior probabilidade do que nunca de sofrerem para engravidar. Elas, que deveriam estar livres de qualquer dificuldade, hoje enfrentam um impressionante aumento nas estatísticas de problemas de fertilidade – um salto de 42% entre 1982 e 1995, de acordo com o Centro Nacional de Estatísiticas de Saúde do Estados Unidos. E as más notícias não param por aí. As contagens de esperma também caíram, principalmente em lugares onde há muita exposição a pesticidas.

 

No meio de todas essas estatísticas alarmantes, o que me deixa mais paranóico é o fato de que, em até 10% dos casos de infertilidade, os médicos não saibam dizer porque há dificuldade, quem ou o que é o culpado. Pesquisadores têm certeza deapenas uma coisa: a infertilidade está crescendo. “É um fenômeno semelhante ao aumento da incidência de câncer de mama. Primeiro a doença afetava uma em cada 19 pessoas, então uma em cada 15 e , finalmente, uma em cada dez”, compara Joseph Isaacs, antigo diretor do Resolve – a Associação Nacional de Injfertilidade dos Estados Unidos. “Agora estamos vendo esse mesmo tipo de escalada em relação àfertilidade”, diz Isaacs – “Uma em cada oito mulheres hoje tem dificuldades para engravidar”.

 

A primeira coisa que os médicos fazem nesses casos é examinar a paciente. Mas depois de tantas mulheres aparecerem com problemasparecidos eles começaram a examinar o meio ambiente em busca de causas. Investigaram o que comemos, o que bebemos, nossos hábitos, onde vivemos. O resultado foi alarmante. A queda da fertilidade está cada vez mais ligada ao aumento de substâncias químicas em nossa vida cotidiana. “Se estivéssemos conversando há 5 anos, eu diria que não havia uma epidemia, que eram apenas algumas pessoas tendo problemas para engravidar”, diz Charlotte Brody, diretora-executiva do Commonweal, instituto sem fins lucrativos de pesquisa de saúde e meio ambiente situado na Califórnia. “Mas agora há dados suficientes para dizermos que a infertilidade realmente aumentou, e substâncias químicas fazem parte do problema.”

 

As primeiras indicações de que substâncias químicas comprometiam a fertilidade surgiram há menos de uma década, graças ao trabalho inovador de Theo Colborn, ex-farmacêutica que conseguiu um Ph.D em zoologia aos 58 anos de idade. O problema com nossa fertilidade começou, segundo ela, quando introduzimos no meio ambiente, 50 anos atrás, os compostos sintéticos que agora batizam nossa água e nossos depósitos de lixo. Desde a 2a. Guerra Mundial, estima-se que 80 mil substâncias químicas tenham sido inseridas – em plásticos, em produtos de jardinagem, nos cremes para a pele,em xampus e condicionadores. Agora, as evidências de que tais substâncias afetam nossa fertilidade estão deixando de ser apenas hipóteses para se confirmarem na prática. No momento, a maioria dos dados que ligam infertilidade a substâncias químicas vem de testes animais,que são desacreditados por algumas empresas que produzem essas substâncias – mas vários cientistas argumentam que há informações mais do que suficientes para justificar medidas de precaução. “Estamos flutuando em um mar dde produtos químicos”, diz Sarah Janssen, cientista do Conselho de Defesa dos Recursos Naturais dos Estados Unidos. “As pessoas continuam se expondo aos riscos enquanto tentamos descobrir como testar essas coisas.”

As substâncias químicas que mais preocupam os médicos são um grupo de compostos sintéticos conhecidos como disruptores endócrinos, que têm capacidade de imitar ou bloquear hormônios que regulam muitas das funções do organismo. Pequenas mudanças nesse complexo sistema de sinais hormonais podem resultar em grandes problemas. Tome como exemplo o bisfenol A, também conhecido como BPA, amplamente usado em plásticos. Encontrado em mais da metade das amostras de legumes, refrigerantes, leites para bebês e frutas enlatadas disponíveis nos supermercados dos EUA, o BPA também está na urina de 95% dos americanos, de acordo com relatório do CDC (Centro de Controle e prevenção de Doenças), ima espécie de Ministério da Saúde dos EUA. De acordo com seus detratores, o BPA migra da garrafa plástica para a água ou refrigerante ou suco contido nela. As indústrias que fabricam o BPA garantem que ele é inofensivo, principalmente em pequenas doses. Mas, de acordo com os mais recentes estudos não patrocinados por empresas, a substância se disfarça de hormônio saudável, provocando grande confusão no corpo. Em estudos animais, mostrou-se que o BPA provoca câncer de próstata e genitais, prejudicando também o desenvolvimento da glândula mamária em fêmeas na puberdade. Um recente estudo no Japão também ligou a substância a um risco maior de aborto.

 

Os crescentes dados incriminadores sobre o BPA e outras substâncias químicas fizeram com que o Greenpeace publicasse um relatório no ano passado, que dizia haver “cada vez mais evidências de uma possível ligação entre o aumento de problemas de saúde reprodutiva em humanos e o aumento de nossa exposição atantas substâncias químicas”. Se você examinar as informações publicadas pela indústria, a maior parte dos compostos parece inofensiva. “Mais de quatro décadas de extensa pesquisasobre a segurança do BPA mostram que os produtos feitos com a substância são seguros para os usos pretendidos e não oferecem riscos conhecidos à saúde humana”, informa um boletim. Parece reconfortante, mas não dá prá acreditar piamente em pesquisas patrocinadas justamente por quem fabrica o BPA. Um levantamento de 2004 realizado pela Universidade de Missouri-Columbia mostrou que, dos 11 estudos patrocinados pela indústria, nenhum constatou efeitos adversos. Por outro lado, dos 104 estudos realizados por pesquisadores independentes, 94 encontraram problemas.

 

Os cientistas independentes estão começando a se perguntar sobre as conseqüências alongo prazo de viver com baixos níveis de toxina – principalmente em épocas-chave do desenvolvimento – no útero, ou durante a infância e puberdade. “Devemos observar não apenas grandes exposições durante um curto período, mas peqeunas expesições durante muito tempo”, diz Shanna Shawn, diretora do Centro de Epidemiologia Reprodutiva da Universidade de Rochester e pesqiusadora do assunto desde o iníco dos anos 90. Em 2002, US$5,3 bilhões foram gastos para fabricar o BPA que entrou apenas em garrafas de água, mamadeiras e revestimentos de latas de alimentos. De fato, é praticamente impossível comprar os ingredientes para um almoço por exemplo, sem colocar no carrinho embalagens plásticas. Por ser resistente e prático, o material conquista cada vez mais espaço – é muito mais seguro dar a um bebê uma mamadeira de plástico que de vidro. Ainda assim, depois que os jornais publicaram repostagens sobre o assunto, lojas na Costa Oeste dos Estados Unidos venderam todo seu estoque de mamadeiras de vidro.

 

O problema maior é que a indústria química, ao contrário da indústria farmacêutica, os componentes são considerados seguros até que se prove que são perigosos. E, apenas quando determinado que são perigosos, eles são proibidos. Algumas empresas, entretanto, estão fazendo ajustes por conta própria. A Procter & Gamble, por exemplo, removeu o ftalato de seus produtos, enquanto Revlon, Unilever e L’Oreal disseram que não irão usar nenhuma substância química que já tenhasido banida na Europa, onde as leis são muito mais rigorosas que nos Estados Unidos. Algumas cidades americanas decidiram não esperar pela ação do governo federal. São Francisco, por exemplo, baniu brinquedos para crianças com menos de 3 anos feitos com altos níveis de disruptores endócrinos, como livrinhos de plásticos macios ou mordedores, itens que foram chamados e “pirulitos tóxicos”. Outra meia dúzia de estados está considerando votar leis semelhantes. O Japão foi além e interrompeu o uso do BPA em latas de alimentos, enquanto a União Européia proibiu o uso de alguns disruptores endócrinos, além de lançar um estudo em grande escala e a longo prazo sobre os efeitos de muitas dessas substâncias químicas.

 

O que fazer se você vive num país não tão rigoroso? De minha parte, gasto mais tempo pesquisando o que compro no supermercado. Em vez de embrulhos de plástico, opto pelos que vêm em embalagens de papel. Também troquei a água mineral em garrafa pelo filtro. Assim como em muitos assuntos de saúde pública e pessoal hoje, você precisa pesquisar e chegar a suas próprias conclusões para não aderir nem ao grupo de histéricos nem ao dos complacentes. “O problema é que não há respostas claras”, diz Hugh Taylor, professor do Departamento de Endocrinologia Reprodutiva da Ginecologia de Yale, que recentemente demonstrou que o BPA afeta a fertilidade em ratazanas fêmeas. “Simplesmente jogar for a tudo o que é feito de plástico em casa é demais, e não saber nada a respeito também não é bom. Meu conselho às mulheres é que talvez haja coisas que possam ser evitadas. Não é tão difícil eliminar garrafas d’água de plástico, por exemplo. Alguma cautela não faz mal a ninguém.” Pesquisas sobre os efeitos de múltiplas exposições a disruptores endócrinos estão apenas começando. “Você nunca irá se livrar de toda exposição”, diz Linda Giudice, chefe do Departamento de Ciências Reprodutivas da Universidade da Califórnia em São Francisco. Mas ela espera uma virada de mesa a qualquer momento. “Precisamos de um Al Gore, alguém que abrace a causa, que alerte as pessoas do perigo, que consiga ser ouvido. Mas acho que nosso dia está chegando. Afinal, é a saúde de nossos filhos que está em jogo, a saúde das próximas gerações, enfim, o futuro do planeta”, conclui Giudice.

 

RAIO X DO PERIGO

 

Onde estão as substâncias químicas suspeitas de comprometerem a fertilidade

 

Ftalatos
Onde são encontrados: usados para dar consistência e como fixadores em cosméticos e produtos de beleza. Também servem para amaciar plásticos, aparecendo em cápsulas de remédios e brinquedos de bebês, como livrinhos de banheira.
Riscos: quando um feto é exposto a ftalatos, pode haver má formação do trato reprodutivo em meninos e diminuição da qualidade do sêmem.

 

Alquilfenóis (surfactantes)
Onde são encontrados: em detergentes e produtos de limpeza em geral, tintas, fragrâncias e perfumes de ambiente.
Riscos: pode reduzir a fertilidade masculina.

 

Bisfenol A (BPA)
Onde são encontrados: em mamadeiras, CDs, selantes dentais,nos revestimentos de latas de comida e bebida e em barris de vinicultores.
Riscos: estudos em animais ligaram o BPA ao aumento da incidência de câncer de próstata e à dominuição da qualidade do sêmem em homens. Em mulheres, pode alterar o início da puberdade e aumentar a incidência de ovários policísticos. A exposição a ftalatos durante a fase adulta também pode levar a irregularidades mesntruais,menopausa precoce e aborto.

 

Éteres Difenílicos Polibromados
Onde são encontrados: em móveis, roupas e eletrônicos
Riscos: pode reduzir a fertilidade masculina, tamanho testicular e qualidade do esperma.

 

Almíscar Artificial
Onde são encontrados: em detergentes, fragrâncias e perfumadores de ambiente em spray
Riscos: ligado a alterações hormonais

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

19 comentários

  1. É o que sempre digo, devemos usar o bom senso. Nem neuróticas, nem desleixadas.
    Mas é difícil não se espantar com informações como esta.
    Mas, vivendo e aprendendo.
    Abraços

  2. Oi Pat, estou de volta.
    Adorei a nova cara do blog!
    Li as matérias, são de arrepiar mesmo.
    Um beijinho e boa semana.
    =]

  3. Sou nutricionista e estou fazendo especialização em Nutrição Funcional, como sabemos hoje o nutricionista tem que está atualizado.
    Ao ver o artigo fiquei perplexa, sobre Stevia. O que devo então utilizar como adoçante?
    LUISA

  4. Luisa, eu também fiquei espantadíssima com essa cosa da stévia – mas acredito totalmente!!

    Eu nunca usei stévia nem nenhum tipo de adoçante artificial (e por adoçante pode-se entender qualquer coisa que adoce e seja processada, inclusive açúcar branco). Outros adoçantes eu já sabia há tempos que fazem muto mal – no melhor dos casos eles só engordam muito, mas sabemos que os problemas não param por aí. Stévia em particular eu nunca gostei e um dia, lendo com cuidado os rótulos dos “ditos” stévia na verdade tem pouquíssima stévia realmente…

    Aqui em casa não temos o hábito de alimentos excessivamente doces e sinceramente acho que essa é a opção mais saudável. Quando é para adoçar algum alimento, quando é prá ter uma sobremesa especial, eu busco acima de tudo o doce das frutas bem maduras – consigo verdadeiras delícias só com frutas!! A segunda opção são os adoçantes mais naturais, como melado de cana, rapadura ou mel de boa qualidade (boa procedência e o menos processado possível). Claro, são opções bastante calóricas e devem ser usadas em quantidades muito moderadas, mas contém nutrientes além de simplesmente açúcar, e isso eu considero uma grande vantagem!!

    Nas receitas aqui do blog você verá diversos exemplos de sobremesas assim: pouco adoçadas e sempre com ingredientes o mais natural possível. Na maioria delas, quando preparo aqui em casa, já uso menos “adoçante” do que está escrito, simplesmente porque não sinto mais necessidade. Não é sacrifício nenhum, só um novo hábito, que foi sendo adquirido gradativamente.

    Um abraço,
    Pat

  5. Isabel, estava sentindo falta dos teus comentáris!!!

    Apareça sempre!!!!

  6. Eu acho MUITO estranha essa história da Stevia. Chá de stevia já é usada em fitoterapia há milhares de anos pra tratamento de hipertensão e hiperinsulinemia, com efeitos comprovados.
    Já sua mutagenecidade, entre outros efeitos tóxicos, foi muito mal estudada e nada comprovada. Gostaria de ter mais informações sobre o assunto.

  7. continuando, em defesa da coitada da Stevia…

    O artigo citado sobre mutagenicidade é de 1985, muito antigo porém. Veja o que diz um review de 2003, por exemplo:

    “A weak mutagenic effect of steviol (only 90% purity) in one sensitive Salmonella typhimurium TM 677 strain (see above) does not mean that stevioside used as a sweetener should be carcinogenic in se, even if the stevioside might be transformed to steviol by bacteria in the colon. The safety of oral stevioside in relation to carcinogenic activity is evidenced by the work of [Yamada et al., 1985, Xili et al., 1992, Toyoda et al., 1997 and Hagiwara et al., 1984] with rats. Very significant inhibitory effects of stevioside were reported on tumor promotion by 12-O-tetradecanoylphorbol-13-acetate in carcinogenesis in mouse skin ( [Yasukawa et al., 2002]). In 1999 the JECFA clearly stated that there was no indication of carcinogenic potential of stevioside ( [WHO Food Additives, 1999]).”

    Bom, isso é só pra dizer que precisamos ter cuidado com o que lemos por aí e não sair demonizando as coisas só porque alguém falou mal em algum lugar.

    Abraços.

  8. Pat,

    Adorei o seu site.Muito Obrigada pela resposta sobre a Stevia. E sobre a Sucralose e a Frutose o que vc pode comentar a este respeito?
    Sei que para o diabetico está contra indicado a frutose.
    Para o não daibético, dependente de açucar seria uma boa opção?
    Para o diabetico que não pode ficar sem o adoçante seria melhor que a stevia?

  9. Pat,
    Como podemos ver a cada dia novos estudos são feitos, que mudam afirmações feitas em outros trabalhados.
    Devemos assim estar informados e e primeiro lugar termos uma vida saudavel com um alimentação equlibrada, atividade fisica e bem estar mental.
    Não poderemos ser radicais.
    Segue uma afirmação sobre o alho que pode ser interessante :

    Comer alho, cru ou em forma de suplemento alimentar,
    não reduz os níveis de colesterol, de acordo com cientistas dos Estados Unidos.
    Estudos anteriores realizados em laboratório e com animais sugeriam que o alho poderia ajudar a diminuir o LDL (Lipoproteína de Baixa Intensidade), o chamado “mau colesterol”.
    Mas um novo estudo, publicado na revista Archives of Internal Medicine, analisou alho cru e dois suplementos e descobriu que nenhum deles fazia efeito.
    Durante seis meses, os cientistas monitorizaram 170 pessoas, entre 30 e 65 anos, com níveis do mau colesterol moderadamente altos.
    As pessoas foram divididas em quatro grupos. Um deles consumiu um dente de alho de quatro gramas por dia. Os outros dois grupos receberam diferentes suplementos à base do alimento. Já o quarto grupo recebeu um suplemento placebo, sem a presença de alho.
    Todos os voluntários evitaram comidas com alho e também cortaram o consumo de cebolas e cebolinha, que contém alguns dos mesmos componentes químicos do alho.
    Segundo o coordenador da pesquisa, Christopher Gardner, as conclusões contrariaram a expectativa dos próprios cientistas, que acreditavam que o alho, principalmente cru, teria o efeito de reduzir o colesterol.
    Mas os investigadores disseram que os resultados do estudo não podem ser aplicados para todos.
    “O alho pode reduzir o mau colesterol em algumas populações, como aqueles com altas concentrações de LDL, e pode também ter outros benefícios para a saúde”, disse Gardner.
    O alho vem sendo usado há milhares de anos no tratamento de doenças cardiovasculares. Os primeiros indícios datam do Egipto antigo, há 3,5 mil anos.
    A alicina, um dos componentes do alimento, havia mostrado efeitos positivos no colesterol em mais de 90 estudos anteriores com animais. No início dos anos 90, estudos realizados com seres humanos também haviam indicado benefícios.
    Mas, segundo os cientistas, esses estudos foram mal executados e não apresentaram provas conclusivas.
    Segundo especialistas britânicos, a melhor forma de prevenir problemas cardíacos é uma dieta bem planeada combinada com exercício físico.
    “Para diminuir o risco de desenvolver uma doença cardíaca, o melhor é comer uma dieta rica em frutas e vegetais e com pouca gordura, especialmente a gordura saturada, e ser fisicamente activo”, disse Judy O´Sullivan, da Fundação Britânica do Coração.
    “Mas comer alho como parte de uma dieta equilibrada ajuda a adicionar variedade e sabor, e é uma alternativa mais saudável do que o sal, por exemplo,”, disse

  10. Maria Luisa, movida a inspiração!!! Hehe, eu sou danada assim mesmo!! E na verdade o teu último post, sobre o alho, dispensa comentários, é muito elucidativo!!

    Angela, já havia citado a stévia aqu no site naquele artigo transcrito do livro A Não Dieta dos Franceses. Lembra? Me pareceu um livro bastante sério. Mas independente de qualquer coisa, me preocupa essa ânsia que as pessoas têm hoje em dia de adoçar tudo, seja da forma que for. O sabor natural das coisas parece que não tem mais vez!!!

    Maria Luisa, sobre adoçar demais vale o que falei acima. Me preocupa! Qualquer forma de adoçar, mesmo a frutose que é retirada das frutas, não é boa. Frutose é boa na fruta, em conjunto com infinitas outras substâncias que se equilibram e equilibram a nossa digestão.

    Eu acho que prá todos, diabéticos ou não, o ideal é aprender a viver com menos açúcar (entenda-se aí qualquer coisa que adoce) e mais com o sabor natural das coisas!

  11. Oi Pat,

    Eu acredito que o livro seja sério. Mas quando alguém se propõe a escrever um livro de várias páginas, sobre uma coletânea infindável de assuntos, é impossível que consiga pesquisar a fundo sobre cada um deles.
    A Stévia é só um exemplo bobo: o autor do livro cita UM artigo de 1985 como prova irrefutável da mutagenicidade da stévia. Existem milhares de artigos sobre o assunto, e uma pequena minoria fala sobre esses estudos de mutagenicidade do steviol (que não existe na stevia, o que existe é o steviosídeo).
    Não quero ser super chata, Pat, mas sou cientista, vc sabe… E cientistas são questionadores por natureza!!! :)

  12. Angela, você não é chata, imagina!!!! São os questinamentos que nos leva a pesqusar, pesqusar, aprender e aprender!!

    Qualquer hora ainda vou atrás de mais informações sobre a stévia. A qualquer sinal de suspeita, eu sempre gosto de pesquisar – temos que lembrar que temos uma indústria alimentícia e farmacêutica fortíssima, que muitas vezes não nos permite saber de informações valiosas!!

  13. Nossa ainda bem que sempre tive o abto de ter um filtro em casa,ja as mamadeiras escolhi as q soa livre de BPA pelo menos é o que diz a embalagem.Gostaria da sau ajuda pois agora estou atras das PANELAS q n~fazem mal a saude,vc pode me indicar alguma,pois ja vi varias publicações de q o material feito das panelas é prejudicial a saude.Aguardo retorno.

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