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Hábitos Alimentares

Screen Shot 2013-08-15 at 14.20.07Outro dia dessas, num grupo de discussão de mães, uma delas apareceu correndo atrás de uma receita de mousse de chocolate que ela queria fazer para a filha de um ano e dois meses. Eu estranhei que num grupo destinado a falar de alimentação saudável para crianças aparecesse uma mãe querendo dar a tal sobremesa para uma criança tão novinha!!!

Não resisti e questionei: “Qual a necessidade de oferecer mousse de chocolate a uma criança tão pequena??” A mãe, quase sem graça, explicou que não era a mousse de chocolate “normal”, mas sim uma versão preparada com abacate. Ufa, respirei aliviada!!!!

Mas no fundo confesso que a questão não saiu da minha cabeça…

Por mais saudável, funcional ou especial que fosse essa mousse de chocolate à base de abacate, ainda assim trata-se de uma mousse de chocolate, e o início super precoce de uma hábito que pode vir a ser perigoso: hoje essa criança tem uma mãe cuidadosa que preparara a mousse de chocolate super especial e saudável, mas amanhã ou depois essa criança verá uma outra mousse de chocolate qualquer por aí e não vai entender que essa nova opção – aparentemente igual à da mamãe – não é nada saudável!

Sim pessoal: quase todos os tentadores doces e industrializados em geral podem ser preparados em casa de uma forma mais saudável, inclusive a maioria desses industrializados deriva de comidinhas caseiras deliciosas, que a indústria alimentícia “roubou” da nossa cozinha, com a desculpa de tornar a nossa vida mais prática.

Veja só alguns exemplos:

  • Hamburguer caseiro pode ser super saudável. Já o industrializado é lotado de sal refinado, realçadores de sabor e outras porcarias.
  • A batata frita pode ser do bem se for preparada com gordura de coco (mesmo frita de verdade) ou “frita” no forno, mas vira muito do mal se for frita com óleos refinados e consumida em exagero.
  • Iogurte com frutas pode ser iogurte de verdade batido com fruta de verdade ou pode ser iogurte feito de leite em pó reconstituido misturado com corantes e flavorizantes artificiais e uma pitada de fruta.
  • Chocolate pode ser massa de cacau de verdade adoçada levemente com alguma coisa, ou pode ser uma barra marrom lotada de açúcar, corantes, aromatizantes e flavorizantes.
  • Um bolo de chocolate pode chegar muito perto do saudável se for preparado com ingredientes certos – ovos caipiras, cacau em pó, rapadura, mel ou melado, e consumido com moderação. Mas com a mesma cara do bolo saudável também tem o bolo de caixinha, do tipo adicione água e pronto – pronto, nada saudável!

Só alguns exemplos, para dizer que o hábito é tão ou mais importante que O QUE se come. Vamos ver se eu consigo explicar melhor…

Se você acostuma seu bebê ou criança pequena com bolachas e doces desde pequeno, é sempre esse tipo de comida que ele vai preferir. Se você tem tempo e disposição para fazer tudo em casa, super saudável, ótimo, mas ótimo até o dia em que você, seja pela razão que for, não fizer mais nada em casa. Aí a criança acaba consumindo o que encontrar pela frente, o que oferecerem a ela, industrializados da pior espécie. E daí pra comer comida de verdade, comida que alimenta e nutre de verdade, é complicado!!

Então, na minha opinião, vale a pena criar os melhores hábitos desde a mais tenra idade. Ensine seu filho a sentar à mesa e comer comida de verdade, servida no prato, comer com garfo e faca. Petiscos devem ficar restritos à hora do lanchinho, aperitivos ou coisa do tipo. No dia a dia, comida de verdade: arroz, feijão, carne, salada, ovo. De preferência tudo preparado em casa, fresquinho, mas se não der, que pelo menos seja o ritual como se deve: sentar, servir-se, comer calmamente.

E aí eu volto à questão: vale introduzir tão cedo a mousse de chocolate à base de abacate? Ou vale mais ensinar a criança ensinar a comer o abacate simplesmente na forma de abacate? Porque quando essa criança tiver opção, ela vai optar pela mousse de chocolate, saudável ou não, e jamais por um abacate.

Será que deu pra entender o meu pensamento?

Não deixem de ler os comentários a seguir. A discussão está super saudável e acho que organiza um pouco mais as minhas reflexões!!

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

23 comentários

  1. Olá Paty
    Adoro tudo o que escreve, mas o seu texto me deixou encucada.
    Você considera, portanto, a introdução do seu catchup caseiro inadequado? Afinal, formaríamos um hábito…
    Pense nisso.
    Abraços

    1. Karine, enquanto escrevia o texto, pensei sobre isso sim – e até deveria ter incluido esse questionamento lá. Eu realmente pensei: assim como incluimos porcarias de modo saudável, fazer a criança conhecer a versão saudável também pode estimular a curiosidade pela versão não saudável. Isso é um fato e é um risco.

      Sobre o ketchup em particular, eu confesso que nunca dei aos meu filhos – eles nunca mostraram curiosidade e essa é uma das receitas que, apesar da versão caseira ser excelente, não faz parte das que considero fundamentais na alimentação infantil. Essa receita em particular eu penso que serve para quem já tem o hábito do molho pronto, gosta, mas busca uma opção mais saudável.

      Adorando os comentários todos!! Porque eu também não sei se consegui transmitir exatamente o que eu pensei – que juro que não foi maldade nem nada, foram questionamentos e dúvidas, e os comentários – de altíssimo nível – talvez ajudem a colocar minhas ideias no lugar!

  2. Oi Pat, acho que vc não entendeu bem o funcionamento do “mousse” era abacate com cacau em pó, da mesma forma que vc faz o seu catchup caseiro, seu caldo caseiro, entre outras receitas naturais saudáveis e super válido sim uma receita que pode substituir e ainda acostumar o bebê a comer talvez uma fruta que ele não goste, aqui em casa Dudu não come abacate, mas se eu fizer assim ele come, e eu não vejo mal algum, acho que vc interpretou super mal. Desculpe…

    1. Thais, depois que a moça explicou eu entendi super bem e com certeza vi que se tratava de uma receita saudável! O meu questionamento na verdade não foi com a receita do grupo, que me pareceu realmente boa, mas a necessidade de oferecer alguma coisa com chocolate – ou nesse caso o cacau fazendo o papel de chocolate – para a criança pequena. O meu medo não é pela receita com abacate e cacau, mas sim pelo hábito de comer mousse.
      Eu sei que nem sempre conseguimos controlar a criançada 100% – só se vivessemos numa bolha, e não é o caso, né!! (ah, não foi braveza nem nada aqui viu, só pensamentos, reflexões)

  3. Oi Pat!
    Acho que até deu pra entender seu pensamento sim.. mas não sei se dá pra eu concordar com ele.
    Claro que é bom oferecer as frutas in natura, inteiras, sem serem liquidificadas, por exemplo, mas não vejo prejuízo nenhum em, de vez em quando, oferecer alguma receita mais elaborada, como esse tal mousse.. Ainda mais se os ingredientes utilizados forem os mesmos que a criança comeria em separado. Quanto ao fato que você citou, da criança fazer uma associação com um mousse feito em casa e um industrializado ou feitos com porcaria, cabe aos pais a capacidade fazer seus filhos entenderem que apesar de se tratarem de comidas parecidas, os ingredientes não são os mesmos.
    Confesso que comecei a oferecer bolachinhas, feitas em casa, com rapadura, para a minha filha quando ela tinha um ano e oito meses… Obviamente se eu não tivesse oferecido, ela ainda não saberia o que é, mas se por acaso ela notar que alguém está comendo alguma bolacha “ruim” e tiver interesse em comer, eu conversarei com ela e a farei entender que esta não é uma bolacha feita pela mamãe, com ingredientes bons.. como eu já fiz outras vezes, em situações como ela ter vontade de comer hommus ou salada em um lugar desconhecido e eu não deixar, explicando que aquele não era o que eu fazia em casa.

  4. Acredito q além dos hábitos familiares, existem as preferências individuais! Fui criada à base de industrializados e td tipo de tranqueiras, ditas comidas para crianças e ainda assim, sempre preferi comida de verdade! Na verdade, acho admirável as mães q pertencem a nossa sociedade invertida, e dedicam-se a preparar opções caseiras e saudáveis aos seus filhos! Seja o seu caldo de carne ou o abacate oferecido de outra forma, igualmente saudável, para q o filho aceite o alimento! :)

  5. Até q enfim alguem pensa como eu!!!! Qdo vi esta receita saudável de mousse de chocolate, pensei: “no imaginario da criança ela sempre vai preferir qualquer mousse de chocolate, saudavel ou não, ao abacate in natura” não acho tão interessante essas variações saudaveis dos industrializados para bebês, por ex os biscoitos… Trigo, açucar mascavo, fermento,cacau em pó.. P bebes c menos de 1 ano!!! N consigo enxergar vantagens nisso!

    1. Eu acho que versões saudáveis para industrializados é ótima para aqueles que tem péssimos hábitos e querem começar a melhorar de algum jeito.

      1. Concordo totalmente com a frase que vc disse acima, as versões saudáveis, são ótimas para quem já tinha o hábito de comer essas coisas, só que industrializadas, aos pequeninos, que não tem hábito nenhum, formado, o ideal é apresentar os alimentos de forma mais natural possivel, para que acostumem seu paladar a gostar dessas coisas, dando entao preferencia a elas sempre, voce se explicou muito bem, e faz todo sentido sua explicação!

  6. Já ofereci abacate várias vezes para meus filhos e eles nem experimentam, não sei se é o preconceito com o verde, mas vi na mousse uma possibilidade deles experimentarem e depois se gostarem posso diminuir o cacau aos poucos pra que acostumem com a idéia.

  7. Ei Pat! Adoro todas as suas contribuições para o fantástico mundo da Nutrição!
    Concordo com vc que alguns alimentos têm a hora e momentos certos de serem oferecidos… principalmente quando diz respeito a crianças menores de 1 ano. Sou Nutricionista e tento acertar sempre na alimentação dos meus filhos… porém, sei que existe a cultura alimentar e as individualidades… inegável! O alimento representa muito em nossas vidas! Em minha experiência como mãe obtive o sucesso parcialmente, posso dizer assim! Minha filha é baixo peso desde o sexto mês de vida… amamentei-a exclusivamente os 6 meses e quando fui introduzir a alimentação complementar…. aiaiai…. tive que quebrar um pouco a teoria. Ela não tinha apetite nunca… vários exames… vários pediatras… neura de ntricionista! Enfim, comecei a oferecer algumas farinhas em que eu tinha receio e ainda alguns biscoitos caseiros totalmente orgânico! Medo dela gostar muito de biscoitos e depois preferir os industrializados!!! Resultado de sorte? Ela leva o lanche da escola e quando pede para eu enviar aqueles industrializados igual ao do coleguinha: volta todo o lanche! Gosta mesmo dos caseiros e saudáveis! Risco que corremos, mas no final deu certo! Talvez seja pq em casa não tem o costume de consumir industrializados, mesmo com relação a outros tipos de alimentos!
    Pode funcionar com a mousse??? Depende da educação e dos hábitos DA FAMÍLIA!!!

  8. Deu pra entender sim e estou plenamente de acordo! É o que tento fazer com meu filho!

  9. Bom, posso ser considerada uma purista, mas não gosto quando usam um nome de alguma preparação já consagrada para algo que é similar, seja em aparência ou sabor, mas que difere totalmente do original. A sua reflexão veio de um musse de chocolate que não é um musse de chocolate, e sim um creme de abacate com cacau. Se a pessoa tivesse pedido a receita de um creme de abacate e cacau você teria tido o mesmo estranhamento? Não tenho absolutamente nada contra preparações alternativas e por isso mesmo prefiro quando os nomes indicam o que está sendo servido.

    Acho que é válido a preparação tanto como uma forma de variar no dia-a-dia quanto para fazer algo que o bebê possa comer no caso de ser servido um musse de chocolate tradicional para o restante da família/amigos.

    E eu acredito que a criança que está acostumada com comidas caseiras e saudáveis sabe diferenciar de um produto industrializado. A minha filha ainda é pequena e não gosta de nada muito doce, artificial. Quando estamos fora de casa e tem alguma porcaria sendo compartilhada ela experimenta, às vezes come um pouco na empolgação, mas nem de longe é com o mesmo prazer e satisfação que as comidas habituais. E o principal, ao meu ver, é o que é oferecido diariamente., o que faz parte dos hábitos da família.

  10. Esse “mousse” de abacate é delicioso. Eu coloco raspas de laranja e uma colherinha do extrato natural de baunília, fica divino. Acho a reflexão válida quando se trata de bb, sempre melhor oferecer a fruta pura antes, por diversas vezes, para ver se a criança gosta. Mas as crianças mais velhas inevitavelmente vão conhecer as sobremesas, e nada melhor que ter opções saudáveis e feitas em casa para saciar essa vontade. Acho que tem a mesma função do seu bolo de cacau sem farinha, q tb já fiz diversas vezes e é muito gostoso.

  11. Bom, sendo uma BISAVÓ eu talvez não me “enquadre” no perfil majoritário – mas concordo com a Daniela: eu aposto na criança e na sua capacidade de PREFERIR os sabores naturais, sem necessidade de tapeação alguma. Ninguém me proibiu de comer industrializados, e é claro que eles existiam em quantidades mínimas quando eu era pequena – mas, depois que apareceram e dominaram o mercado, eu não virei “chocólatra” nem amante de porcarias e preferiria sempre MIL VEZES um belo creme de abacate a qualquer mousse de chocolate. Por GOSTO, é claro. Meus filhos comeram o que EU comia – e não ficaram amantes de porcaria mesmo depois de adultos – assim como meus netos. Então, eu concordo plenamente em que a criança vai ESCOLHER aquilo que faz parte dos hábitos familiares saudáveis. Pelo resto da vida – e porque é MESMO mais gostoso. O contrário é que dá trabalho: a criança só PASSA A GOSTAR de produtos industrializados porque a maioria delas só conheceu AQUILO, e nunca nem experimentou os naturais e saudáveis. Que são muito mais gostosos, mas talvez as mães “não tenham tempo” de prepará-los. O que é, francamente, lamentável. Em suma, é uma catástrofe que resulta, em última análise, da imposição de um paradigma político – que afastou as mães de suas casas e da criação de seus filhos. Pronto: FALEI! :-) !
    Beijos, e parabéns pelo ótimo site!

  12. Entendo perfeitamente sua linha de pensamento. Penso que ainda que seja um doce saudavel,, estamos incutindo na criança o habito de comer doce, para mim é a mesma coisa que pessoas em dieta de emagrecimento comerem doce diet quando na verdade deveriam cortar o habito de ingerir doces. Acho que se essa musse se destinasse para uma alimentação adulta, encontrariamos maior coerencia, e tambem não gosto de associar frutas a guloseima, acredito que as frutas devam ser servidas, especialmente as crianças, in natura.

  13. Olá, aqui em casa, devido aos maus hábitos na alimentação (meus e do meu marido que acabou refletindo nas crianças) tomamos a iniciativa de começar uma reeducação alimentar. Mas não uma reeducação alimentar com intenção de redução de peso e medidas, e sim com uma visão mais abrangente, com o objetivo de alterar toda a nossa concepção em relação aos alimentos. Sempre me preocupei com isso, principalmente por ver meus familiares adoecerem, sofrendo com doenças agravadas pela má qualidade dos hábitos alimentares, porém, continuava acomodada, optando pelo que considerava mais “fácil”. Enganava a mim mesma com refrigerante zero e alguns produtos light, não consumia muita fritura, mas ENCHIA as refeições de casa com temperos prontos, e acrescentava ainda mais sal, tirando o sabor verdadeiro dos alimentos e comendo uma mentira. Cresci no interior de uma cidade já do interior, na Serra Gaúcha, já adulta fui morar em Porto Alegre e há dois anos construímos nossa casa onde cresci, bem no meio do mato, e é onde vivemos com nossos dois filhos. Voltar ao interior não me fez abandonar os velhos hábitos de imediato, mesmo com acesso às frutas da época (aqui nós temos uva, laranja, tangerina, lima, limão, caqui, kiwi, pera, pêssego, etc.) sem pagar um centavo, fazia o absurdo de tomar refris, sucos em pó e suco em caixinha dos piores possíveis. Em novembro de 2012, meus filhos (a menina hoje com quatro anos e o menino hoje com cinco anos) começaram a frequentar uma escolinha pela tarde, e foi então que tudo começou a mudar. A escola tem uma preocupação verdadeira com alimentação saudável, apesar de querer uma escola com a opção de enviar o lanche, essa tem a proposta de um lanche coletivo na sexta-feira, onde cada aluno leva um lanche que é dividido com a sua turma, mesmo sem essa opção de lancheira, quis essa escola, pois fui durante a semana de surpresa mesmo, em todas as escolas do município com as crianças para conhecer, e essa foi a que mais nos agradou e a proposta estava de acordo com o que buscávamos. Meus filhos não tiveram problema com a adaptação na escola, cada um ia para sua sala logo de início muito feliz, mas as professoras precisaram conversar comigo diversas vezes sobre eles não comerem o lanche oferecido na escola, notei até um receio por parte delas, percebi que estavam questionando os nossos hábitos alimentares, para saber se a causa era eles não terem fome ou se era por causa do lanche da escola, mas isso não me incomodou, fiquei feliz pelas profes preocuparem-se com a alimentação deles. Inclusive estranhei esse fato, pois em casa, eles faziam um lanche no meio da tarde, mas logo notei que eles não aceitavam os alimentos por estarem acostumados a comer somente “besteiras” e não lanches saudáveis, como os que são preparados na cozinha da escola, a escola tem além do planejamento mensal, a agenda onde descrevem tudo o que fizeram no dia, inclusive o lanche, o que facilita a conversa com os filhos sobre isso. Fiquei envergonhada em perceber que meus filhos recusavam uma fruta e chegavam a casa pedindo waffer. A questão de não comerem na escola nem me preocupou tanto, já que ficam lá quatro horas apenas e ao chegarem a casa poderiam comer, mas notei que algo estava errado, e a culpa era nossa, minha e do pai. A nutricionista da escola, aqui eu a elogio, pois nos ajudou muito, ela orienta as aulas de culinária e o cardápio, e dá algumas palestras aos pais durante o ano (que a chamam de natureba por ser contra industrializados sempre que possível), após uma conversa inicial que tive com ela por iniciativa própria, ela contou que nos dias em que eles ajudavam na culinária, eles ficavam mais felizes e aceitavam o lanche. Assim, decidimos nos reeducar, todos os quatro! E foi assim que achei este site, pelo Projeto Criança na Cozinha, e muitos outros ótimos que têm pela net. Recentemente, as agendas vieram com um informativo da nutri falando sobre o lanche da sexta que os pais enviam, apontando alguns alimentos que estavam sendo enviados e devem ser evitados e dando sugestões e percebi que ainda cometemos deslizes, mas estamos aprendendo a cada minuto. A escola nos ajudou muito nisso, meus filhos amam a nossa horta (também tem uma na escola, linda e cheia de coisa boa), aceitam a comida sem toda aquela temperada de mentira que eu colocava, tomam muita água e estamos inclusive mais unidos, pela colaboração em trabalharmos juntos para transformar nossa alimentação. Agora, tenho uma questão a ser trabalhada, e gostaria de contar com a ajuda de vocês: nesse processo todo, o que fazer nas festas de aniversários e casamentos que eventualmente somos convidados e não existe essa preocupação pelo saudável? Parabéns pelo teu site, já faz algum tempo que queria comentar, hoje acabei parando e escrevendo um pouco, pois você merece.

    1. Priscilla, AMEI o teu depoimento!!!!! Incrível mesmo, e muito gratificante ver pessoas como você acordando para uma vida melhor!! Parabéns!
      Quanto à tua dúvida, estou mesmo escrevendo sobre o assunto, um pouco mais de paciência.

  14. Esse seu post me fez pensar na minha própria infância.
    Tenho alergia classe VI ao leite de vaca. Quase 16 anos atrás, quando eu nasci, o mercado ainda não tinha essa enxurrada de opções com soja e minha mãe morria de tristeza de ver as outras crianças comendo doces e eu não. Eu só provei meu primeiro pirulito com quatro anos. Depois, ela e algumas tias tentaram adaptar algumas receitas, mas eu nunca comia, dizia que era doce demais.
    Hoje ela vê que valeu a pena. Nunca tive vício em açúcar e ele não faz parte do meu dia-a-dia. O doce das minhas frutas e do meu chocolate 85% cacau já me satisfaz e me deixa feliz da vida. Ainda bem que minha alimentação foi tão “restrita!”

  15. Pat, como sempre, amei seu texto e concordo 100% com ele, mas como é difícil explicar para as pessoas que teu filho não toma refrigerante, que não precisam dar balas, bolachas e chocolates para agradar ele. Que com uma banana, maçã ou laranja ele ficará muito feliz também. Ele com 3 anos não come todas as verduras e legumes, mas gosta de sempre provar o que estamos comendo e como estamos sempre comendo muita salada ele acaba experimentado e nós dando exemplo.
    Beijão.

  16. Pat, concordo plenamente com você e superintendo sua opinião. Desde o nascimento da minha primeira filha sempre procurei cortar aquilo que não entendia como saudável (apesar de hoje ter uma visão mais profunda sobre saudável). Escutei muito: “só um pouquinho, ela vai ficar com vontade!”, mas fui firme naquilo que acreditava, que se eu valorizasse pequenos hábitos desde novinha isso seria péssimo. Na verdade a vontade de oferecer doces e bebidas é toda nossa, a criança não conhece e nem valoriza o “alimento” como a gente. Hoje minha filha de 4anos tem alguns hábitos ruins que deixei passar por desleixo, mas me orgulho, por exemplo, quando vou a um lugar e oferecem refrigerante e ela logo responde que não toma, fica super satisfeita em tomar agua pura e curte do mesmo jeito (mas importante lembrar que eu e meu marido também não tomamos). Acho que temos que pensar assim, o paladar dele esta sendo formado e é a gente que valoriza certos alimentos! Apoio totalmente sua visão! Abraço

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