Carnes RECEITAS

Saindo um bife de fígado delicioso!

Fígado é uma carne extremamente nutritiva e super necessária em qualquer idade, mas principalmente para bebês iniciando a alimentação e crianças em fase de crescimento.

Eu comi muito fígado na infância, fritinho, com molho acebolado. Adorava! De um dia para outro decidi que não gostava mais e nunca mais comi… Acho que tudo bem, devo ter tido um bom suprimento, já que comia e comia muito!

Meu pequeno come fígado desde os 5 meses. Pouco fígado, mas come, e todos os dias. Começou junto com a gema de ovo molinha. O fígado vinha cru mesmo (de um açougueiro de confiança), raladinho (para o horror do povo em geral e para deleite do próprio, que comia tudo e pedia mais). Depois o fígado passou a vir triturado e depois em mini-pedacinhos misturado na comida.

Hoje em dia, aos 2 anos e 4 meses, ele tem comido bem menos – por preguiça e comodismo meu. Já passou o tempo das papinhas, apesar de eu ter sempre uns potinhos congelados em casos de emergência ou para complementar um bom pratinho de arroz com feijão. É prático demais!!

Mas o fígado como prato principal, como estrela da refeição, está faltando… Agora achei essa matéria no site da Folha e resolvi transcrevê-la aqui. Quem sabe me animo e não procuro e testo novas receitas? Quem sabe não volto a comer fígado e ensino meu marido a comer? Ele já aprendeu a comer muita novidade comigo (e eu com ele!)?

A seguir, a transcrição do texto para¡ vocês:

Bom preparo diminui rejeição ao fígado

IARA BIDERMAN
Colaboração para a Folha

Argh! Essa é a reação usual quando se fala em fígado de boi como ingrediente culinário. De sabor acentuado e amargor característico, que o tornam mais “difícil” para o paladar, ele ainda é objeto de um certo preconceito gastronômico do brasileiro, que considera as vísceras dos animais alimentos menos nobres.

Historicamente, essa idéia não se justifica. “Desde a Pré-História, as vísceras eram consideradas a parte mais nobre dos animais. Após a caça, eram os guerreiros e os chefes das tribos que comiam o fígado e o coração do animal abatido”, conta Alessandro Nicola, professor de gastronomia do Centro Universitário Senac.

Na medicina tradicional chinesa, o fígado é aconselhado para fortificar o sangue. Faz sentido: “Do ponto de vista nutricional, é um alimento muito interessante. Além de ser uma das maiores fontes de ferro (6 mg/100 g), também é rico em vitaminas A, C, D, B1, B12, zinco e selênio, entre outros”, diz Ricardo Hauy Marum, presidente do Instituto Brasileiro de Educação em Nutrição.

No entanto, o alimento também é rico em colesterol (450 mg/100 g), o que leva à recomendação de ser consumido com moderação. “Para crianças saudáveis, comer fígado duas vezes por semana é o suficiente para prevenir a anemia”, afirma Marum.

CLIQUE AQUI e leia a minha opinião sobre o colesterol.

O tipo de ferro presente no fígado, assim como em outras carnes vermelhas, é mais facilmente absorvido pelo organismo do que o encontrado em vegetais. Por isso é considerado muito importante na alimentação de crianças, especialmente em idade pré-escolar, quando é comum a deficiência de ferro.

As vantagens nutricionais acabaram, paradoxalmente, contribuindo para aumentar a rejeição ao fígado. A lembrança de ter sido obrigado a comê-lo, quase como se fosse um remédio, faz muita gente desprezar o alimento na vida adulta.

Uma pena, porque é um ingrediente bastante interessante também do ponto de vista gastronômico. “Em toda a França, o fígado é apreciado e preparado segundo as tradições gastronômicas de cada região”, diz Marie-France Henry, chef do restaurante La Casserole, em São Paulo. Ela afirma que, preparada corretamente, é uma carne deliciosa.

Para acertar o preparo, Nicola sugere utilizar sempre fígado fresco e grelhar ou refogar muito rapidamente. Para suavizar o gosto, ele recomenda deixar de molho no leite por cerca de 12 horas ou temperar com limão ou vinagre – nesse caso, imediatamente antes ou logo depois de levar ao fogo.

Fígado à Lionesa

Ingredientes
(para duas pessoas)

– 4 medalhões (100 g cada um) de fígado de boi ou vitelo
– 2 cebolas “échalotes” (ou pérolas) cortadas em cruz
– 4 colheres (sopa) de azeite de oliva extra-virgem
– 1 litro de água
– 24 unidades de vagem
– 2/3 de xícara de vinagre balsâmico
– 1/2 xícara de mel
– 1 tomate cortado em cubos
– 3 colheres (sopa) de manteiga sal a gosto

Passo a passo

1 – Aqueça o forno a 120º C. Em uma assadeira, coloque as cebolas, regue com o azeite e leve ao forno por 15 minutos.

2 – Em uma panela, ferva a água. Adicione o sal e as vagens. Cozinhe por cerca de 5 minutos. Escorra e salteie as vagens com metade da manteiga.

3 – Derreta a manteiga restante em uma frigideira antiaderente e grelhe os medalhões por 3 minutos de cada lado. Salgue a gosto.

4 – Retire o fígado e, na mesma frigideira, coloque o vinagre balsâmico e o mel e deixe no fogo até reduzir pela metade.

5 – Reaqueça as vagens e acrescente o tomate em cubos. Disponha as vagens em um prato e, sobre elas, coloque a cebola. No outro lado, coloque os medalhões de fígado. Com uma colher, distribua a redução de balsâmico e mel sobre o fígado.

Receita da chef Marie-France Henry, do restaurante La Casserole (tel. 0/ xx/11/3331-6283)

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

11 comentários

  1. Pat,
    estava comentando sobre fígado na 3a com minha sogra. Ela também deu fígado cru aos filhos. Eu adoro fígado, principalmente de vitela refogado com cebola e maçãs – fica uma delícia! Mas fiquei me perguntando se a quantidade de resíduos (o fígado é filtro, né?!) nao supera os nutrientes. Minha filhota completou 3 meses hoje e pretendo aleitá-la sem outros alimentos até que complete 6 meses. O que vc acha? Ainda nao encontrei nada sobre o assunto.
    Obrigada e um beijo
    Marcia

  2. Sinceramente, adoro fígado..
    Em tirinhas, refogado com cebola, temperado com sal e um pouco de cominho (bem simples e delicioso), pode acrescentar batatas e cenoura para fazer um caldinho…minha filhota também adora!!!
    Agoro eu nunca vi falae em comer cru…gente pra mim ess é novidade…mas não fica gostiho de sangue na boca?
    Bem…sou supeita porque não como nenhuma carne crua…
    Eu acho que o mais difícil do fígado é o prpado, pois ele tem cheiro forte…

  3. Pat, que gordura voce me sugeriria para fazer ovos, fígado ou carne para fritar? Li no livro da Nina Plank que queimar a gordura é ruim e estava usando banha de porco, mas se esquenta muita ela solta fumaça mesmo e agora fiquei em duvida. Que voce me sugeriria nesse caso? Manteiga e óleo de coco para fritar não caem no gosto da família, que posso fazer?
    Obrigada!

    1. Nani, eu ía mesmo sugerir a manteiga, mas se a tua família não gosta, complica. Já tentou a gordura de coco, que é o óleo de coco desodorizado? É uma ótima opção, porque nãotem gosto de nada e não faz fumaça alguma!

  4. Hum, interessante Pat. Será que encontro fácil? Tem alguma marca para sugerir?

  5. Olá Pat! Li que fígado de galinhas de supermercado não é recomendado consumo. Eu gosto de fígado de galinha, mas esse é meio único meio de adquirir…

  6. Oi Pat tudo bem? Pode me dar uma ajudinha? Eu de miúdos só consigo comer fígado de boi. E o marido come tudo. Esses dias comprou um pacotinho de uma mistura que aqui na Noruega chama Lungemos, seria coração e pulmão de boi e porco juntos. Li que as pessoas fazem como uma carne moída normal e comem com macarrão. Eu queria saber se tem um truque pra suavizar o sabor, que pra mim é uma barreira. Será que pode me ajudar? Um beijo.

    1. Ai Carolina, agora você me pegou!!! Nunca usei essas partes e não faço ideia de como preparar. Se ajuda, é tudo muito nutritivo!

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