Alimentação

Estudo liga embalagem para comida a doenças cardíacas

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O meu querido amigo, Dr. Carlos Braghini, já nos brindou aqui no site com um artigo falando de muitos problemas das embalagens plásticas. Ainda agora, pesquisando novidades pela internet, dei de cara com um estudo que relaciona o bisfenol de embalagens plásticas a maiores riscos de doenças cardíacas e diabetes.

Achei interessante divulgar a notícia aqui, direto do canal Ciência e Saúde do UOL para os leitores do site Crianças na Cozinha:

Pesquisadores da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos dizem ter encontrado evidências que relacionam a substância química bisfenol a doenças cardíacas e diabetes.

Utilizada freqüentemente em embalagens para comida e bebida, a substância tem sido motivo de polêmica há algum tempo. Estudos anteriores despertaram preocupação com a saúde de bebês, já que o bisfenol está presente em algumas mamadeiras.

O novo estudo, realizado por pesquisadores da Peninsula Medical School (da Universidade de Exeter e da Universidade de Plymouth) e da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, indica que indivíduos com maiores concentrações da substância em sua urina têm duas vezes mais chance de sofrer de problemas do coração e diabetes.

O trabalho será publicado pela revista científica “Journal of the American Medical Association” nesta quarta-feira, coincidindo com um debate sobre a substância na FDA (Food and Drug Administration), órgão americano de controle de alimentos e remédios.

Evidências
Segundo os pesquisadores, é a primeira vez que são apresentadas evidências concretas da associação entre níveis de bisfenol A e doenças em adultos. Mas o estudo não demonstrou que a substância causa as doenças, e os especialistas enfatizam que há a necessidade de mais pesquisas.

A equipe analisou os índices de bisfenol presentes em amostras de urina de 1.455 adultos americanos com idades entre 18 e 74 anos e verificou se os indivíduos haviam sido diagnosticados com oito tipos de doenças, incluindo artrite, derrame e problemas de tiróide.

O estudo concluiu que existe um vínculo claro entre índices da substância, doenças cardíacas e diabetes. Altos índices de bisfenol também foram associados a concentrações clinicamente anormais de três enzimas no fígado dos participantes.

O bisfenol está presente em garrafas plásticas, CDs, talheres de plástico e vários produtos de uso diário. A substância pode ser encontrada na pele, na água e na poeira doméstica.

Estudos anteriores realizados nos Estados Unidos revelaram que a substância está presente em mais de 90% da população.

Reações
“Nosso estudo revelou, pela primeira vez, uma associação entre índices elevados de bisfenol e duas doenças comuns em adultos”, afirmou o professor de Epidemiologia e Saúde Pública da Peninsula Medical School, em Exeter (Grã-Bretanha), David Melzer, responsável pelo estudo.

“No momento, no entanto, não podemos ter certeza absoluta de que o bisfenol é a causa direta dos casos adicionais de doenças cardíacas e diabetes”, acrescentou Melzer.

“Se for, alguns casos dessas sérias condições poderão ser prevenidos pela redução da exposição ao bisfenol.” Especialistas dizem que mais pesquisas terão de ser realizadas para estabelecer, por exemplo, se a associação revelada pelo estudo poderia ser resultante de algum outro fator.

O toxicologista Alan Boobis, do Imperial College, em Londres, diz que o estudo ainda não se encaixa com outras pesquisas sobre o bisfenol. “É uma descoberta interessante, que não podemos ignorar”, afirma Boobis.

“Mas é preliminar e requer continuidade. Pode ser que a associação seja inversa à que eles estão sugerindo, não de que o bisfenol esteja causando a doença cardiovascular e diabetes, mas que essas doenças resultem em um índice maior de bisfenol”, acrescenta. “Ou que haja uma causa comum, como algo de errado com os rins (em pacientes que sofrem dessas doenças)”, conclui Boobis.

Novos estudos também são necessários para determinar se as anormalidades verificadas em enzimas no fígado podem provocar efeitos danosos ao órgão.

Quem é a Pat FeldmanPat Feldman

Pat Feldman é culinarista, criadora do Projeto Crianças na Cozinha (www.criancasnacozinha.com.br), que visa difundir para o grande público receitas infantis saudáveis, saborosas e livre de industrializados. É também autora do livro de receitas A Dor de Cabeça Morre Pela Boca, escrito em parceria com seu marido, o renomado médico Alexandre Feldman.

1 comentário

  1. Dr. Alexandre,essa pesquisa é muito importante, a maioria dos adolescentes leva pra academia garrafinhas de plástico e, isso é quase diário.Se for comprovado, temos que saber quais materiais estão liberados, do contrário ,o índice de doenças com certeza triplicará .

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