Gente, eu ando meio preocupada com os nutricionistas que os hospitais andam contratando…
Eu tenho certeza absoluta que existem excelentes profissionais espalhados por aí, tenho certeza que existem faculdades excelentes, mas quando vejo ou escuto certas coisas, fico me perguntando por onde andam os tais excelentes profissionais.
Minha primeira queixa foi para a maternidade onde tive meu filho. Parto normal, tudo lindo, maravilhoso. Quarto bonito, sala de parto linda, tudo novinho, minha médica – Dra. Márcia Tabacow – é a melhor do mundo, mas a comida…. Ai, socorro!!
Cheguei da sala de parto quase amanhecendo, e mooooooooorta de fome, afinal não tinha jantado e tive uma noite recheada de muitos “exercícios” (parto normal não é moleza!). Depois de um tempão e de muitos pedidos meus, a enfermeira me trouxe um suco de laranja e uma torradinha industrializada… Ai, me deu vontade de jogar tudo na cara dela!!! Mas claro, ela não é a culpada, ela não decide o cardápio.
Concordo que depois de anestesia e tals, o ideal é uma coisinha bem leve, porque anestesia é boa pra deixar a gente super enjoada – mas não poderia ser uma fruta, ou um iogurte?? A minha “inocente” visão a respeito bons alimentos para recuperar a saúde ou se recuperar de um esforço gigantesco (como o do parto normal) está muito mais próxima de frutas e iogurte ou queijos do que de torradas industrializadas, e com geléia!!
E tem mais: prestes a iniciar a “carreira de alimento ideal para bebês”, o que uma mãe menos precisa é de pão e geléia!!!!
As refeições que se seguiram não foram muito melhores que a tal amostra… Muitos industrializados e docinhos para sobremesa. Eu evitei o que dava, me virei como podia e maridão trouxe alguns “contrabandos” de casa!!
E agora vem minha mãe no telefone me contar sobre a cirurgia do meu avô. Tudo correu bem, ele já está no quarto e se recuperando. Aí a pérola das pérolas… Jantou e comeu toda a sobremesa, pudim de chocolate!!!!!! Um homem idoso, com o organismo debilitado por uma cirurgia definitivamente não precisa de pudim de chocolate!
Nutricionistaaaaaaaaaa!!!
Meu avô é um um senhor de mais de 80 anos, que segundo os médicos tem uma saúde física excelente (a cirurgia foi devida a um tombo), mas sofre de Alzheimer. Ainda que com tanta saúde física, ele tem 80 anos e havia acabado de sair da sala de cirurgia – com certeza o que ele menos precisava era de um pudim de chocolate!!!
Bem, isso foi só um desabafo… Se tem algum(a) nutricionista que esteja lendo esse texto, peço por favor que não leve para o lado pessoal!
Aaii Pati, faço coro com seu desabafo viu. A gente vê cada coisa! Diria que uns 80 por cento dos nutricionistas **viajam na batatinha** (trocadilho mesmo) quando montam cardápios por aÃ. A maioria acredita na Indústria.
Pat, concordo com você.
Aqui na Alemanha é pior ainda. A sorte é que ninguém a entrada de comida nos hospitais – exceto em casos raros. Eu fiquei internada várias vezes durante a gravidez e minha sorte foi ter meu marido e uma amiga me ajudando com frutas, saladas temperadas com azeite doce e balsamico, müsli, iogurtes naturais… pois o que vinha era um horror, na verdade eu disse que ficaria doente se comesse aquilo que eles chamavam de comida!
No meu parto eu comi tudo de casa, e comi d hospital tb. Eles não barraram nada. Meu médico autorizou.
Pat, totalmente pertinete a sua indignação! Tive meu filho faz três meses e me senti na mesma situação, torradas com geléia de mentirinha e manteiga, tudo industrializado, o que eu não imaginava comer na maternidade! que tal uma fatia de queijo branco? ou uma fatia de mamão que fosse? Em toda a minha estadia na maternidade me surpreendeu a comida oferecida… assumo que por ter achado tudo com cara de fast food cheguei a passar fome… amigas me levaram frutas frescas tb, ainda bem! à s gestantes, que se previnam e levem de casa!!!
Oi Pat
Encontrei por acaso você e Alexandre Feldman,na feirinha orgânica do Parque de Ãgua Branca há 2 semanas atrás, não sei se lembra.Estava em S.Paulo a trabalho, moro em Salvador. Sou nutricionista, trabalho atualmente com análise laboratorial de alimentos e atendo também em consultório. Concordo com suas colocações a respeito da conduta da maioria dos profissionais de nutrição como também de muitos médicos que prescrevem dietas.
Informações equivocadas obtidas durante o curso universitário e outras permeadas de interesses dúbios, assinadas por “cientistas”, fazem a cabeça dos estudantes e acompanham a maioria esmagadora dos profissionais.Pressões no ambiente de trabalho e vários outros fatores contribuem para a manutenção da mentalidade da mesmice, para o bem estar e deleite das indústrias alimentÃcias e farmacêuticas, afinal de contas, como diz Sonia Hirsh, “a saúde é subversiva, não dá lucro a ninguém”.
Conheço raros nutricionistas que compactuam de outros conceitos a respeito do que seja alimento e nutrição de verdade, inclusive uma delas é professora em uma universidade local e tenta abrir a cabeça dos alunos para uma visão mais questionadora e lúcida, mas segundo a mesma há resistência grande no desenvolvimento de determinadas idéias.
Existem influências poderosas p/ se pensar e se expressar de forma mais independente e realmente dá um tremendo trabalho ser muitas vezes “um estranho no ninho”.
Mas felizmente há outros que conseguem escapar de alguma maneira deste cerco de uma sociedade tão materialista e inconsciente. Temos que contar com isto, para mantermos a esperança e contribuirmos p/a uma vida melhor.
Um beijão,
Sayonara
Sayonara, muito me alivia saber que existem nutricionistas que, como você, enxergam essa distorção que anda acontecendo nessa profissão tão importante!
Obrigada pelo seu depoimento!!
Ah, e claro que me lembro de você!!
eu tenho muito medo de medicos e enfermeiras, alias, de todo e qualquer profissional da saude. sei la. por isso me cuido pra nao ter que precisar deles. toctoctoc! :-)
um beijo,
Oi Pat!
Eh uma pena mesmo. Tenho uma amiga muito acima do peso e esta fazendo acompanhamento medico para emagrecer e no cardapio diario dela estao incluidas refeicoes feitas soh de enlatados e industrializados (o que aqui nos Estados Unidos eh suuuuper comum).
Nao vjo muito incentivo pros fresquinhos e organicos … Uma pena neh?
Aprendi muita coisa sobre isso com vcs, com teu blog, na comunidade trocando ideias e posso te dizer q a qualidade na minha alimentaçao melhorou muito!
Obrigada por dividir tanta coisa com a gente!
Um beijao!
Pat, essa da cirurgia do seu avô me lembrou de uma cirurgia que meu pai fez , há uns dois anos…
Foi uma cirurgia relativamente simples, do joelho dele, mas mesmo assim fiquei apreensiva, pois levava anestesia geral e tal.
Pois bem, qual não foi meu choque ao chegar em sua casa para visitá-lo e vê-lo tomando uma garrafa de DOIS LITROS DE COCA COLA!!!!!!!
Logo meu pai, que nunca toma refrigerente!!!
Pois qual não foi meu choque ainda maior ao ouvir: foi recomendação do médico, tomar bastante coca-cola para se recuperar, é ótima para o pós cirurgia!!!!
Gente, dá para acreditar num absurdo desses???
E vá eu tentar ir contra a palavra ” DO MÉDICO” , “A AUTORIDADE”!
Claro que foi em vão né?
É rir para não chorar!!!
Olá Pat,
há meses não novego pelo okut…
De repente, lembrei-me de seus comentários e dicas super importantes e aqui cheguei novamente….
Falando de comida de hospital, não me esqueço da minha última refeição na maternidade que tive minha filha…
Moro em Salvador e aqui na Bahia é tradicional na sexta feira comer comida “baiana”, carregada de muito azeite de dendê, temperos mais fortes e amendoim e castanha.
Serviram prara mim uma moqueca de peixe, pode!!! Estava mais light, claro, mas fiquei surpresa porque achei com um sabor agradável (não é essa idéia ue temos de comida de hospital, né!!!)…pensei até na pimentinha..kkk
Mudei de paradigma: mulher parida ter que ficar é forte!!!Comendo carboidratos, fibras, cálcio, além dos outros minerais que uma comida balanceada pode oferecer…E ainda, a comida veio acompanhada de salada de frutas, suco…comida para dois!!!dividi com meu marido…que ficou muito feliz…kkk
Acho que é um bom exemplo de uma conduta de uma nutricionista….bem eu acho, porque sou leiga….
Um abraço…seu blog é 10!!!
MarÃlia
Affe, Pat, é dose mesmo, viu?? Meu bebê passou uns três dias internado no hospital e quando a nutricionista foi conversar comigo, pra saber o que ele comia, se espantou quando eu disse que não mandasse nada com sal (até hj eu não consegui encontrar o sal bruto marinho aqui, quanto mais no hospital, rsrsrsr), industrializado, com açucar… E ela tentando me convencer o quanto era importante meu filho (de 1 ano e 3 meses) comer sal (industrializado) e açucar… Mas acabei conseguindo e meu bb recebeu muitas frutas, iogurtes, legumes e verduras, peixe, queijo branco e sucos naturais… Lógico que no meio eles sempre mandavam aquelas famosas geleinhas, uns pudins, sal e açucar em saquinho, rsrsrsr!!!
Quero uma nutricionista que nem vc, aquiiiiiiiii!!!!
Beijosssssss!!!
Ah, ainda tô na espera de meu e-mai, tá?? Não esquece de mim!!!
Pois a sobremesa da minha primeira refeição depois do parto da minha segunda filha foi BOLO DE CHOCOLATE! Um pedaço enorme! Fiquei horrorizada com aquilo, imagina se sou mãe de primeira viagem? E a cólica com que ela ia ficar?
Olá!
Pat, respeito sua opinião, mas está cheia de incorreções. Veja:
Em hospitais, normalmente há uma padronização de dietas e quem define a dieta liberada para o paciente é normalmente o médico, e não o nutricionista.
Qual o problema em seu avô comer um pudim de chocolate de sobremesa? Não entendi o otivo da revolta…
Ah! Só pra lembrar: já procurou saber quantos nutricionistas existem nos quadros de funcionários de hospitais? É pelo reduzido número, que normalmente os nutricionistas só personalizam as dietas de pacientes cujos médicos solicitam interconsultas (pacientes com necessidades dietéticas especiais). Isso acontece exatamente porque os hospitais não querem “gastar”com nutricionistas.
Pense nisso.
A propósito: se vc for esposa (ou aprente) do Dr Alexandre Feldman, entendo melhor o porque da sua postura em relação aos nutricionistas.
Olá Francine!!
Nem sei como começar a te escrever, mas fiz questão de responder para que não fique sobrando qualquer mal entendido.
Eu sou esposa do Alexandre, mas só não entendi porque este fato explica a MINHA opinião sobre nutricionistas. Aliás, eu nem generalizei, falando que é tudo uma porcaria e tals, eu apenas citei alguns exemplos que vivenciei e com os quais não concordei. No meu site eu tento passar um pouco da minha vivência, das minhas pesquisas e das minhas opiniões – infelizmente não consigo agradar a todos…
Talvez eu tenha me espressado mal no momento de criticar nutricionistas em hospitais. Talvez a minha crítica devesse ser dirigida ao sistema todo. Na minha opinião pessoal, nenhum produto industrializado pode ser mais saudável que frutas,verduras, legumes, ovos, etc, frescos o e o que EU vi quando estive internada na ocasião do nascimento do meu filho foram refeições baseadas em industrializados… Tenho o direito de não concordar, não é mesmo??
Bem, o meu avô já passou dos 80 anos, vive num asilo e já há algum tempo anda com a saúde bastante fragilizada. Eu acredito plenamente que a alimentação é uma parte importantíssima de uma boa saúde. Eu não acho que um pudim de chocolate seja exatamente a melhor alternativa neste caso… Que tal frutas? Que tal uma mousse à base de frutas e iogurte natural? Será que só porque é natural não pode ser gostoso??
Eu entendo a dificuldade de se personalizar uma a uma as dietas de cada paciente. Entendo que é um hospital que não quer diminuir seus lucros e por vezes – sim – um nutricionista que acredita em tudo o que a indústria divulga. Mais uma vez me desculpo por ter me espressado mal: a culpa é de todo um sistema de saúde (saúde ou doença??) falho, e que visa medidas imediatistas e cada vez mais lucro, infelizmente…
Eu tenho algumas amigas que são nutricionistas formadas, excelentes profissionais e que leram este artigo. Claro que não são os comentários elogiosos que todo profissional gostaria de ouvir, mas todas elas não me tiraram a razão. Todas elas me lembraram que estão presas a um sistema. Todas elas se mostraram frustradas em algum grau por não poderem exercer a profissão da maneira mais plena e competente. Mas todas,sem excessão, foram obrigadas a concordar com o texto…
Veja que em nenhum momento eu desmereci a profissão ou os profissionais da área. O tempo todo eu relatei alguns episódios que aocnteceram à minha volta e com os quais não concordei. Peço sinceras desculpas caso atenha ofendidopessoalmente…
Um abraço,
Pat
Olá Pat!
Postei um comentário no orkut sobre a alimentação na creche do meu filho e você deixou o link do seu site, achei super bacana! Já coloquei nos meus favoritos..
Como já disse antes, sou recém-formada em nurição. Entendo que existe sim essa padronização de dietas em hospitais, e que geralmente o número de nutricionistas é bastante reduzido. O que fazer então? Não trabalhamos em equipe? Claro que sim! É aí que entra conduta de cada um.. Estagiei num hospital no período de faculdade que não tinha nutricionista, contrataram uma quando nosso estágio começou. Uma médica residente prescreveu uma dieta enteral infantil que não existia! A nutricionista foi conversar com ela, e com muita calma e cordialidade resolveram o problema. Claro que a médica não gostou muito, mas foi assim que a nutricionista começou a se impor como profissional. Hoje sei que ela é super respeitada no hospital, e que está trabalhando como louca, pois ela é única para todo o hospital e os médicos depositam toda confiança nela.
Só que não podemos negar que existam maus profissionais, como a nutricionista da creche do meu filho, que não vê nada de mais em dar bolachas recheadas, waffle, suco industrializado e linguiça para crianças de 1 ano. Ah, e salada uma vez na semana (essa é demais!), entre outras cositas más. O pior é que ela quis discutir comigo, perguntando porque não dou esses alimentos ao meu filho. As razões são inúmeras..e evidentes! Qual maturidade essas crianças têm para ingerir tais alimentos? E o que falar da educação alimentar? Não sei se a culpa é dos cursos de formação ou dos próprios profissionais, que acabam se acomodando com tais situações.
Bom, o tópico é sobre nutricionistas em hospitais e acho que sai um pouco do foco.. Pat, concordo plenamente com você.. continuo preocupada com essa inocência do pudim de chocolate, da torradinha com geléia. Quando tive meu filho, recebi também a tal torrada com geléia e chá de camomila cheio de açúcar pra tomar. Estava com muita fome, acabei comendo tudo.. a cólica que tive depois não consigo descrever. Meu marido trazia frutas de casa pra evitar certos alimentos que a nutricionista, e não o médico, indicou.
Apesar de tudo, acredito que existam muito mais nutricionistas com boas condutas que más..
Abraço
Karina Freire
Olha Patricia,
Não concordo com o que vc escreveu, pois para ser selecionado o cardapio de qualquer local (hospital, refeitórios), existem normas de pessoas acima da nutricionista. Acho que é melhor você se aprofundar em análises mais especificas pois pode ser que você tenha se equivocado.
Atenciosamente
Aline
Aline, eu não quis ofender ninguém, como falei várias vezes no texto e nos comentários. Dei apenas a MINHA OPINIÃO, formada através de experiências que vivi.
Mas é claro que você tem todo o direito de não concordar!
Pat,
Entendo que você só quis demonstrar sua indignação em relação a sua experiência vivida no hospital. Porém, como outras colegas já disseram você deverá observar que não é que os profissionais queiram/ prefiram/ utilizem somente os alimentos industrializados, não se pode generalizar dando a entender que todos esses alimentos são ruins. Alguns valem a pena ser utilizados, mas se você tem o hábito e a oportunidade de comer tudo natual e integral, ótimo.
O que acontece é que no hospital existe a padronização das dietas, o baixo repasse de verbas para as compras e a nutricionista além de dar conta da produção das refeições de pacientes livres, dietas especiais e funcionários – são normalmente cardápios distintos – ainda tem que fazer a parte clínica (vendo aceitação das dietas, novos leitos ocupados, tipo de dieta para cada patologia).
Para que você possa comer fruta, iogurte ou o queijo ainda tem um outro impecilho – o fornecedor- que muitas vezes falha na hora da entrega (entrega produtos ruins, fora da temperatura, sem o padrão de qualidade exigido pelas legislações em alimentos, nos obrigando a não aceitar e, por força maior, deixar os pacientes sem esses alimentos)o que gera cardápios monótonos e não muito atrativos.
Antes de culpar/acusar o profissional pelo ocorrido com você, procure ver que ele trabalha com uma equipe e depende de muitas pessoas e além disso a intenção dele é tentar no velho jeitonho brasileiro agradar a todos, mas sabe-se muito bem que isso é impossível.
Sou nutricionista e não me sinto ofendida como pessoa, mas como represento a classe profissional não poderia me clar diante de tal injustiça que você estava fazendo. Sei que você tem todo direito de expressar sua opinião, mas antes de fazê-lo acho que você deveria procurar saber mais sobre o assunto ou situação.
Bem, olá a todos.
Li todos os posts e resolvi expor aqui um comentário e espero que possam entender o que vou falar.
Bem, em 2002 quando comecei a fazer nutrição, foi engraçado porque todos lá em casa falaram que eu iria fazer nutricionismo (é engraçado pensando que nem 10 anos isso tem), mas enfim, o que quero dizer é que em bem pouco tempo, o termo nutrição chegou ao mercado quase que como um câncer, todo mundo conhece a profissão, mas ninguém sabe direito o que realmente pode fazer com o ser humano (sei que parece estranha a comparação, mas foi exatamente assim que aconteceu). Eu, como nutricionista fiz um juramento de salvar vidas e protegê-las acima de tudo (juramento por sinal bem parecido com o de um médico), mas como comentei, a profissão nutricionista (não mais nutricionismo, rs) começou a ser muito notada, comentada pela mídia e então, comoçaram um bombardeio de universidades e faculdades implementando cursos de nutrição e claro, obrigando ao MEC os aceitar, pois existem falta de profissionais no mercado (por incrível que pareça ainda é uma área de grande crescimento) e isso trouxe também, profissionais pouco capacitados ou que como em todas as classes profissionais, que se vendem ao mercado financeiro e tornam-se frutos do capitalismo.
Mas como eu falei anteriormente, ainda faltam profissionais no mercado, e por isso, foram criados subclasses denominadas Técnicos em Nutrição, Técnicos em Economia Doméstica ou ainda técnólogos, ou pior, médicos que acabam tendo que estudar nutrição para assumir cargos que deveriam ser de nutricionistas. Isso tudo, acaba sendo inserido no mercado que para mim é o que mais deveria ser rigoroso, mas como é o que infelizmente paga menos ao profissional, os nutricionistas acabam indo para outros campos de atuação e sobra para esses profissionais assumirem e por falta de capacitação, promovem cardápios pouco coerentes com as realidades locais ou pior ainda, sem aplicarem os conceitos bases da nutrição que são Moderação, variação e Equilibrio e mais um novo conceito que tem sido muito utilizado, a apreciação.
Infelizmente, sou nutricionista, mas tenho que aceitar que muitos profissionais não aderem à essas regras que são os pilares da nutrição.
Enfim, tudo isso que falei pode ter parecido uma desculpa aos maus profissionais, mas infelizmente existem profissionais e aqueles que usam um titulo de profissional, mas não rotulem pois sei que existem muitos e muito bons nutricionistas no mercado de trabalho.
Abraços e desculpem o enorme texto
Mara, em todas as profissões existem os bons e maus profissionais, isso é fato! E em todas as áreas de trabalho existem boas e más condições de trabalho… Nada fácil, não é mesmo?
Com toda a certeza Paty, sempre haverão bons e maus profissionais, e como nutricionista, também sou obrigada a assumir que em minha área tem muitos maus profissionais também, o que me deixou triste foi a comparação em porcentagem que foi citada acima, como que 80% de nós, nutricionistas somos maus profissionais. Se for assim, deixarei aqui que de 100% dos profissionais, 80% são maus, o que não acredito nisso. O que tá acontecendo é que a nutrição hoje está na mídia e isso faz com que todos achem que um nutricionista tem que ser igual ao outro e ter o mesmo ponto de vista, mas, fazer o que né. Mas isso é bom, porque aumenta as buscas cada vez maiores por bons profissionais e aí, o que me deixa feliz porque quer dizer que estamos sendo lembrados e respeitados, rs.
Abraços
Prezada Pat, sou nutricionista e infelizmente é o sistema dos hospitais que dita as regras ( custos, médicos opinando… ) mas concordo com vc que as aopçoes naturais são sempre mais benvindas do que as industrilizadas. Mas se vc pensar que para alguns tipos de preparo, será necessário uma maior manipulação de alimentos – e que dependendo do hospital, talvez essa higiene não seja a melhor( ! ) -, o risco de contaminação aumente muito , o que pode agravar a situação do paciente.
Outro dia vi uma palestra de produtos de nutrição enteral de uma grande multinacional – vc precisava ver como a nutricionista “vendia” o produto como a salvação da pátria. Dentro do hospital ainda concordo , em certas patologias, com o uso do sistema fechado, mas em casa, quando se pode oferecer pela via natural( prods fresquinhos em forma de sopas… ), não há dúvidas de que é 100% melhor. O que mais me entristece é ver nutricionista vendendo e indicando produtos de grandes multinacionias como o produto mais saudável do mundo ! Mas aí entra o capitalismo e isso é papo para outro artigo. Concordo com sua posição e sei que nenhum momento vc quis generalizar, mas infelizmente em alguns casos ( e na minoria ), temos que partir para os industrialzados.
um bj
mariana
Oi Pat,
primeiramente sou uma admiradora do seu trabalho e gostaria de parabenizá-la!
Com relação ao seu artigo, hoje trabalho exclusivamente em consultório mas fui nutricionista em hospital por 8 anos. Consigo entender bem a sua insatisfação porém, gostaria de deixar registrado aqui o outro lado que o nutricionista vive e que nunca aparece. Pelo fato do serviço de Nutrição de um hospital “não dar lucro”, as condições de trabalho até mesmo em termos de área física são miseráveis na grande maioria dos hospitais, tanto da rede pública quanto particular. Os equipamentos são extremamente obsoletos, funcionários mal treinados e uma pressão imensa por parte dos administradores de que é preciso manter o custo baixo pois o setor “só gasta”.
Mais que nutricionistas, precisamos de administradores que exerguem no serviço uma boa complementação ao tratamento do paciente!!!!
A lei também não ajuda, quando estipula um nutricionista somente para atender a um hospital de médio porte. É humanamente impossível um nutricionista atender algumas centenas de leitos num mesmo dia e conseguir trabalhar de forma decente, por mais atuante que ele seja, olhar caso a caso de cada paciente, demandas específicas de cada um, sem contar na administração do setor de nutrição que fica a cargo desse mesmo nutricionista. Para se conseguir comprar um liquidificador, tem que se esperar por meses. Reparos de equipamentos? Isso não existe pois o setor de manutenção também não dá lucro e nunca se tem condição de trabalho! Fui questionada por ter dobrado o custo do setor quando o assumi pois inseri frutas no cardápio, coloquei água de boa qualidade para consumo nos apartamentos e enfermarias, melhorei a qualidade da alimentação como um todo. E quando os médicos começaram a ver o meu trabalho, mutos apoiaram pois viam a melhora mais rápida dos pacientes que estavam melhor nutridos. A administração me achava um verdadeiro “problema”.O curioso é que somente um cardiologista me criticou pelo fato do meu cardápo não conter frituras, pasme!tem de tudo mesmo… Se a realidade é SUS, esquece. Aí é que se tem que fazer milagre MESMO! No caso das torradas em questão, acontece de a escassez de forno ser tão grande que, se o mesmo já tiver ocupado no preparo do almoço (que começa bem cedo), você não tenha como fazer as torradas no próprio local e ter que recorrer aos industrializados. Por muitas vezes, na hora de fazer o cardápio, é necessário ter que avaliar o que há de equipamento disponível pra aí tomar a decisão do que fazer. E, infelizmente, tem muito nutricionista que se acomoda com essa situação e não faz nada pra mudá-la. Montei um material do meu trabalho no último hospital com fotos do antes e depois para mostrar o que, aos trancos e barrancos, consegui fazer: implantação de dieta enteral e parenteral, alterações no cardápio com maior oferta de frutas, verduras e legumes, inclusão de mais refeições ao dia, organização do setor como um todo (compras, armazenamento de alimentos, contatos com novos fornecedores, etc), contratação e treinamento de funcionários, uniformes, equipamentos e utensílios novos, além de implantação de normas de higiene mais rígidas. Quando deixei o hospital, estava sendo construído um refeitório para que os funcionários pudessem ter um local para comer com mais dignidade! Não foi fácil hora nenhuma, fui MUITO boicotada pela administração, exceto por um administrador que entrou depois, mas saí com uma sensação de dever cumprido. Precisamos de administradores de cabeça aberta pois o setor de nutrição pode sim, dar muito lucro!!!!! Basta dar ao nutricionista condições de trabalho (como um todo) e manter um número suficiente de profissionais para um atendimento mais direcionado e personalizado aos pacientes.
Realmente, pudim de chocolate pós cirurgia nao é o mais adequado !! O q acontece é que os cardápios são feito com um base geral… pra dar menos trabalho !! Onde deveria acontecer a realização de uma dieta individualizada… mas as vezes, a culpa nao é apenas do nutricionista !!! Um hospital com vários setores e centenas de pacientes muitas vezes sao administrados por um unico nutricionista… então, tambem nao podemos sair culpando os nutricionistas !!!
Gabriela Melo
Nutricionista
gabriela, concordo, o nutricionista é só quem leva a culpa final, já que é o responsável oficial pelo cardápio oferecido, mas convenhamos, pudim de chocolate simplesmente nao é uma comida adequada para se servir em hospital, para qualquer doente internado lá.
É por isso que iniciei uma campanha NACIONAL de valorização do nutricionista. Não temos condições de trabalho, smos obrigados a ns submeter as “vontades” dos hospitais. Na verdade essa hierarquia não deveria existir, mas ela nos é imposta.
Claro que todo nutricionista se forma sabendo o minimo que seja de composição de alimentos, dietoterapia, mas se um pudim de chocolate é mandado numa refeição, com certeza a culpa não é do nutricionista. Uma fruta é mais saudável, e acredite, mais cara que aquele pozinho que você mistura com água pra fazer o pudim.
As “misturas” industrializadas para refeições institucionais (pacotes de 5kg, 10kg de preparado pronto) são sempre mais baratas e exigem menos mão de obra (limpar, selecionar, higienizar frutas).
Por isso levamos a má fama. Pelo fato de nossos empregadores não nos darem o devido valor. Aliás, não dão valor aos pacientes neste caso.
Muito triste. Espero que a situação melhore em breve.
Estou lutando pra isso e tentando conseguir a adesão de alguns colegas. Mas 1 andorinha só não faz verão.
Abraços
Aline, com certeza a culpa não é da nutricionista, a pessoa, mas sim de todo um sistema que está errado, e eu fico contente que você tenha entendido a minha crítica!
Na época em que eu fazia estágio em hospital, existiam muitos leitos para poucas nutricionistas e muito trabalho, elas ficavam a mercê do cardápio do hospital e não eram nem um pouquinho valorizadas, lembro que mesmo sem concordar, nós tínhamos que oferecer sucos em sua maioria industrializados, achávamos um absurdo, mas não podíamos fazer muita coisa. =//
Por isso não quis ir pra área hospitalar, é difícil aplicar a nutrição na íntegra.
Karoliny Maximiano
Nutricionista
Eu como nutricionista também fico muito triste com a forma como somos criticadas. Infelizmente também somos vítimas da desvalorização por parte dos hospitais “empresas” que infelizmente visam mais o lucro do que o valor da alimentação servida. Não servimos o que queremos e sim o que o empregador quer….
Este seu comentário veio a calhar e me fazer agora desabafar o que meu nobre, querido e falecido pai passou quando precisou ficar internado em um excelente hospital de Salvador! A comida dele era sempre perguntada pelas nutricionistas que passavam pela manhã perguntando o que ele queria para adaptar com o que podia comer. Isto parecia legal. Mas quando a comida chegava era péssimo! Ele pedia purê de batata que gostava e em casa sempre comia, mas o que vinha era falso purê em boa quantidade que eu provava e via como parecia um creme de maizena ( fiquei sabendo que era de “batata” em pó) e não tinha leite, manteiga ou azeite doce. Pai não queria adoçante e não era diabético, tomava um pouco de açúcar as vezes, uma geleínha (mas ele queria com açúcar) , queria iogurt de ameixa e mandavam de varios sabores mas de ameixa era raro, mas tinhamos que reclamar e buscar pacotinho de açucar, geléia com açúcar, manteiga e não margarinas, por mais que a gente falasse, eles tinham a insistencia de mandar margarina, adoçante, geléia light, sucos que não eram de fruta, mas diziam ser de polpa (horríveis) e falar dava em nada e como não queríamos nos indispor com a cozinha e o hospital, trazíamos da rua umas coisinhas boas como ameixa seca, uvas frescas, ameixa frescas, iogurt de ameixa, melaço de cana, clara de ovo cozido, nozes,linhaça, passas isto pois ele precisava de laxantes naturais na comida e era raro quando mandavam ameixa. Prometiam o ovo e depois não vinha, purê de abóbora, não vinha. O pirão de farinha do “cozido” ( pai adorava pirão em casa), ele provava e não conseguia comer nem a metade. Todo dia laboratório colhia sangue para exame que não dava em nada. Na verdade este lugar no passado teve uma cozinha muito boa que conheci, do hospital mesmo, mas agora estava sendo administrada por firma externa, e terceirizada, uma situação de tentar ganhar o máximo, economizar tudo e gastar o mínimo. O mais triste é que a gente ver que COMIDA DE VERDADE está ficando cada dia mais difícil mesmo em bons hospitais ou qualquer lugar, pois eles querem servir coisas que não dão trabalho pra fazer, não dê formiga, possa guardar por longos períodos sem estragar, não cheire e que seja de plástico, para um boneco (paciente) de plástico! Fingir que fazem um trabalho mas a gente não vê o resultado saudável que deveria ser a meta: curar ou equilibrar o paciente com menos quimica e artifícios possível! Em hospital a palavra NATURAL não tem significado nenhum para qualquer profissional que trabalha lá. Precisamos estar atentos para conseguir escapar saudável das mãos deles! Muita Paz, Luz, Amor e Bençãos para você e os seus!